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Contenção ou Edificação?

            A palavra contenção vem do verbo contender que significa de brigar, discutir, altercar, entrar em disputa por algo, disputar ou pleitear. Também significa a manutenção da atitude já mencionada. Há vezes em que devemos ser contenciosos, mas uma análise da maioria das contendas mostra que de modo geral as contendas ocorrem por motivos banais e não por razões de valor. Isto é de ser lamentado, pois traz tanta discórdia para pessoas, famílias, ambientes de trabalho e também igrejas. Judas 3 esclarece: “Amados, quando empregava toda diligência, em escrever-vos acerca da nossa comum salvação, foi que me senti obrigado a corresponder-me convosco, exortando-vos a batalhardes diligentemente pela fé que uma vez por todas foi entregue aos santos.” Uma outra tradução desta passagem diz que devemos contender pela fé. Esta fé não é composta de idéias próprias, doutrinas prediletas de denominações, mas a pura doutrina bíblica. As contendas desnecessárias ocorrem quando contendas são promulgadas em volta de assuntos que não podem ser provados com as Escrituras.

O cristão não deve de ser criador de contendas em qualquer que seja o ambiente. Veja a admoestação de Paulo em Romanos 14:19: “Assim, pois, sigamos as coisas que servem para a paz e as que contribuem para a edificação mútua.” O importante salientado por esta passagem  é a edificação mútua. Frequentemente no lugar disto pessoas se envolvem em críticas, condenação, julgamentos e outras coisas tais que contribuem para a denigração de pessoas e caráter, e até a destruição. Isto é contrário aos ensinamentos da Palavra de Deus que encorajam, de fato exigem a edificação mútua. Quão belo seria se todos vivessem suas vidas com esta motivação como prioridade.

Paulo entendeu que até na sua época havia pessoas procurando usar os dons espirituais para engrandecimento pessoal. Mais uma vez o erro disto é claro. Paulo esclarece o uso dos dons em I Coríntios 14 e no versículo 12 salienta que o uso destes dons deve de ser para a edificação: “Assim, também vós, visto que desejais dons espirituais, procurai progredir, para a edificação da igreja.” A tentativa de usar os dons de forma errada só poder criar contendas, enquanto seu uso devido coopera para a edificação. Edificação de que? De um indivíduo? Absolutamente não! Todas estas coisas têm só uma finalidade e isto é a edificação da Igreja do Senhor. Deus não deu dons, habilidades, talentos e outras coisas tais para a edificação individual, mas da Sua Igreja, pois a prioridade de Deus é o bem estar coletivo da Sua Igreja. Nota que cada pessoa deve “procurar progredir na edificação da Igreja”. Deve de ser uma ação consciente e proposital.

No versículo 26 Paulo questiona as atividades nas reuniões da igreja de Corínto. “Que fazer, pois, irmãos? Quando vos reunis, um tem salmo, outro, doutrina, este traz revelação, aquele, outra língua, e ainda outro, interpretação. Seja tudo feito para edificação.” Pelo tom da carta os membros desta ilustre congregação estavam agindo carnalmente, procurando a preemência entre os demais. Isto é um espírito contencioso, uma atitude que contribui para a contenda e jamais para a edificação. Jesus, no Seu exemplo para Seus seguidores, transmitiu a verdade que o importante é de colocar os outros acima da gente.

É importante para você mesmo, para seus familiares, para os membros da igreja que assiste, para colegas de trabalho, entre muitos outros que você analisa o motivo detrás das suas ações e pensamentos. Deus julga nossos motivos, de modo que nós devemos fazer o mesmo, para não sermos pesados na balança de Deus e sermos achados em falta. Nada deve ser falado ou feito que contribua para a contenda. Quantos divórcios a menos haveria se nenhum nem outro falassem para ofender, mas para edificar e fortalecer? Quantas divisões de igreja não haveria se todos falassem para apaziguar e edificar em vez tentar tirar proveito próprio e se vangloriar? Quantas almas não se desviariam de volta para o mundo se todo mundo empenhassem em edificar em vez de proferir palavras de ofensa e contenda? Perdoe a prossível ofensa da próxima pergunta, pois sinto a necessidade de fazê-la. Quanto melhor andaria a Igreja, quantas almas mais seriam regastadas, quantas famílias e casamentos seriam fortalecidos, quantas pessoas não se desanimariam ao ponto de desistir de servir a Deus se os ministros da Palavra pregassem o que é realmente da vontade de Deus, determinada por vias de muita oração, e fossem realmente motivados para edificar em vez de promover contendas por meio de palavras que criam cismas entre os irmãos de fé?

Nunca pode ser falado: “Eu estou certo!” O único certo e perfeito é Deus e os demais estão sempre sujeito ao erro. Irmão segue as coisas que promovem a paz, o contentamento e a edificação. Que Deus possa nos ajudar montar guarda em nossos lábios e ações.

Philip D. Walmer