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Deus Concedeu...

            "E ele [Jesus] mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros para pastores e mestres, com vistas ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço, para a edificação do corpo de Cristo, Até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, à perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo, para que não mais sejamos como meninos, agitados de um lado para outro e levados ao redor por todo vento de doutrina, pela artimanha dos homens, pela astúcia com que induzem ao erro." (Efésios 4:11-14)

            Os cinco ministérios mencionados no texto acima são chamados coletivamente como o ministério quíntuplo. Vários erros são cometidos por pessoas que lêem esta passagem entre os quais o de dizer que estes ministérios foram mencionados em ordem de importância. No entanto, deve ser entendido que isto não foi à intenção de Deus. Estes ministérios todos foram dados à Igreja de aperfeiçoá-la, fazer todos chegar à unidade de fé, ao pelo conhecimento do Filho de Deus e à perfeita estatura de um verdadeiro homem de Deus, tendo Cristo como exemplo pleno. Alguns tentam dizer que Deus não tem mais apóstolos na igreja. Ele não tem os doze originais mais, no entanto ainda tem, mas estes devem lembrar que não são de mais importância do que os outros quatro. Um apóstolo é definido como: membro de Igreja que primeiro pregou a fé cristã em determinado país ou região.

Com a mentalidade de determinar estes ministérios em ordem de importância, alguns procuram colocar os mestres (professores bíblicos) como um ministério de quinta categoria, isto é o menos necessário de todos. Isto é outro erro que impede a plena operação da vontade de Deus na Igreja e negar que o Espírito Santo pode operar por meio de tais indivíduos. É de grande importância que seja entendido que Deus tem em mente o alvo ao qual Ele quer que cada crente alcance, bem como o alvo ao qual Ele quer que uma igreja alcance. Para que isto aconteça é absolutamente necessária que todos os ministérios estejam operando em toda a sua plenitude. Nós não temos a autoridade de dizer que este ou aquele ministério não é necessário. Deus colocou todos na Igreja de acordo com sua vontade e de acordo com a necessidade da Igreja.

Durante os anos que lecionei a história da Igreja primitiva do livro de Atos em seminário, deparei com um fato muito interessante que reforça as declarações acima. Paulo foi conhecido por sua ousadia, habilidade de convencer pessoas da verdade encontrada em Jesus, da necessidade de batismo em o nome de Jesus Cristo (Atos 19:1-5) e a essencialidade do recebimento do Espírito Santo conforme o padrão estabelecido em Atos 2:1-4. Não há dúvida nenhuma acerca do ministério deste homem que disse ser apóstolo escolhido fora de época. Ele, no entanto, reconheceu que em algumas áreas do ministério havia outros que poderiam preencher um lugar de grande necessidade na igreja e ter um efeito consolidador entre os novos convertidos. Surgiu então um homem pelo nome de Apolo que era eloquente (Atos 18:24-28) e por ser usado pelo Espírito Santo auxiliou grandemente na confirmação das igrejas e dos novos convertidos.

Com isto quero dar o devido valor aos mestres da Palavra de Deus, aqueles que têm um dom específico para servir como professores e instrutores. Há uma grande tendência de elevar o evangelista a um alto grau de importância. Eles são importantes, mas sem o trabalho dos mestres, o convertido pelo evangelista não tem como se firmar na Palavra e se tornar um crente firme e inabalável. O simples fato de o mestre ensinar por passos mais distintos, por ser mais detalhado em seus métodos não é motivo de desprezá-lo. Ele é como professor escolar de nível básico, médio ou universitário. Estes não ficam gritando, gesticulando e fazendo malabarismos, no entanto, com paciência ensinam, instruem, e equipam seus alunos para enfrentar o mundo real, competir no mercado de empregos e produzir de acordo com a necessidade da indústria e a do patrão.

Não importa o nível em que um mestre (professor) leciona, ele é de grande importância na vida dos que estão sendo ensinados. Têm professores do jardim de infância. Estes têm que ser de alto grau de competência, pois cabe a eles estabelecer o alicerce da aprendizagem, e se este alicerce não for bem feito o resto ruirá posteriormente. Os melhores professores da Escola Dominical devem de ser os que lecionam para os pequeninhos, pois eles podem estabelecer o alicerce de um relacionamento com Deus e Sua Palavra. No mundo secular, têm os professores de alto nível de conhecimento, normalmente com grau de doutorado, que lecionam para os que fazem cursos de pós-graduação. Creio piamente que a igreja de hoje sofre em muitas áreas por falta de professores qualificados de preparar cristãos para servir a Deus e a Igreja nas várias capacidades que ela precisa. Não são poucas as igrejas que têm se tornado como uma rodoviária, isto é, um entre e sai constante, e onde poucos se firmam em Deus e Sua Palavra. A verdade é que a Igreja não se torna efetiva na sua cidade ou comunidade se muitos se convertem, mas não permanecem na igreja. Isto é contra produtivo na terra, e não acrescenta nada ao reino de Deus terrestre ou celeste.

Vamos valorizar os cinco ministérios como essenciais para a obra da Igreja, isto é, a obra de Deus na terra. Vamos orar para que Deus providencie para a Igreja do século vinte e um aquelas pessoas que podem preencher todos estes cargos eclesiásticos e principalmente os de mestre, pois há uma grande lacuna nesta área na igreja atual.

Philip D. Walmer