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Disciplina Que Liberta

Liberdade é um homem aleijado andando e louvando a Deus!

Liberdade é uma mulher com uma doença obstrutiva crônica dos pulmões, capaz de respirar facilmente!

Imagine uma mulher num leito de hospital. Ela tem excesso de peso e acabou de surrupiar um cigarro. Ela aspira o ar com imenso esforço, retesando os músculos do pescoço a cada respiração. Seus lábios estão azuis. Seus olhos fixara-se com medo nas paredes de seu quarto. Se Jesus viesse tocá-la, ou se alguma injeção miraculosa pudesse dar-lhe pulmões novos, você poderia (a sua imaginação é vívida o suficiente?) ver o medo dar lugar à surpresa e então à alegria. A luta para aspirar o ar terminaria. Seus lábios voltariam a ter cor. Ela sairia da cama e correria pelo corredor, gritando: "Eu posso respirar! Eu posso respirar!" Para ela isso seria liberdade.

Liberdade é um homem cego andando na luz, uma jovem surda libertada de um mundo de silêncio. E uma vítima aterrorizada pela opressão política descobrindo que pode expressar suas próprias idéias a qualquer um, em qualquer lugar, e pode sair de repente de sua casa pela porta da frente sem verificar se a polícia secreta está nas redondezas.

Alguém poderia pensar que a disciplina corretiva da igreja poderia trazer uma atmosfera de medo repressivo na igreja. Mas a disciplina sadia deveria ter o resultado oposto. Ser livre significa primeiro não ser o que você era antes - preso, limitado, temeroso. Significa dar importante salto para mais perto daquilo que Deus tenciona que cada ser humano seja.

Liberdade não é "fazer tudo o que você quer". Essa é uma idéia absurda. Nós imaginamos que sabemos o que queremos, mas não sabemos. Apenas conhecemos sofreguidões e anseios, o estímulo das ilusões. Um viciado em drogas deseja uma dose. Seu desejo é escravidão. Um assassino deseja matar. Ele é, ao mesmo tempo, vítima e assassino. Viciados em drogas e assassinos podem ser responsáveis por suas ações, mas, paradoxalmente, estão longe de serem livres. Faça tudo o que você quiser e descobrirá que é escravo e vítima daquilo que você odeia.

Não! Liberdade é fazer aquilo para o qual você foi designado, fazendo-o com alegria e poder. Como uma criatura formada por Deus foi designada para servir, amar, desfrutar e glorificar a Deus eternamente. Sendo para isto que você foi criado, você encontrará alegria e liberdade obedecendo a esta designação.

Ansiamos por liberdade. Cristãos e não cristãos desejam-na da mesma maneira. Alguns de nós, porém, desistimos e aceitamos pateticamente uma vida monótona de semi-escravidão.

No entanto, o sonho permanece. A razão desta geração "EU" dos anos setenta e pela atual moda em descobrir todo o potencial humano, surge de anseios reprimidos de liberdade. Os que acreditam no potencial humano, oferecem auto-estima, valor próprio, auto desenvolvimento do humanismo, o homem centralizado em si mesmo. Nós nos equivocamos com o que eles oferecem como liberdade.

O pecado escraviza (João 8:34). Jesus liberta (João 8:36). Ele nos liberta porque ele é a verdade, a verdade que penetra através das trevas de nossos fechados intelectos para trazer luz para além de nossos intelectos até os nossos próprios corações (João 8:32).

Liberdade, como reconciliação, está no coração do evangelho. Jesus morreu para que pudéssemos ser livres. Como Cristãos, nós "andávamos nos desejos de nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos" (Efésios 2:3). Deus nos tinha entregue às concupiscências (Romanos 1:24), às paixões infames (Romanos 1:26) e "a um sentimento pervertido" ao invés de uma mente controlada pela justiça de Deus (Romanos 1:28-32). O propósito de nossa redenção e de nossa justificação era para que não fôssemos escravos (Gálatas 4:7-8). Quando o Filho nos libertou, era para sermos "verdadeiramente livres" (João 8:36).

A libertação surge de uma crescente iluminação espiritual e de um aumento da confiança mútua. No entanto, tragicamente, muitas formas de disciplina falham tanto em suprimir o pecado como criar liberdade. Já dissemos antes que a disciplina exercida de forma errada conduz as pessoas à mais profunda treva. Porém, a disciplina correta transporta-as à luz.

Foi uma arma que Cristo deu à sua igreja e há maior perigo em negligenciá-la do que em restaurá-la. Existem ótimos motivos para termos medo dela assim como tememos as facas afiadas, a eletricidade e o fogo. Mas continuamos a cortar assados, a ligar tomadas e gostamos do calor. Em mãos inapropriadas, um bisturi de cirurgião pode matar. Mas seu próprio gume contém igual potencial para curar.

Assim é com a disciplina da igreja. Seu potencial para destruição é o mesmo não apenas para a paz entre irmãos e irmãs, restauração de pecadores e santificação da igreja, mas igualmente para a liberdade.

Estamos rodeados de homens e mulheres que professam fé em Cristo, e no entanto são vítimas de todo tipo de vício e de pecado. Os pecados são praticados, na maioria das vezes, em segredo. Também estamos rodeados por um mundo onde os pecados aumentam diariamente. Pecadores convertidos necessitarão de ajuda e livramento. Mas de quem? De nós? Nas condições em que estamos?

A liberdade de que eles necessitam precisa vir de Cristo. Ela virá quando os corações (deles e nossos) tiverem sido profundamente convencidos do pecado. Ela virá quando nós, e depois eles, revestirmo-nos da suficiência de Cristo para despedaçar as correntes de culpa, de modo que possamos redescobrir a superabundante alegria e a espantosa redução do desejo para pecar.

Ele virá quando pecadores encontrarem exemplos nas igrejas, onde Cristãos ensinem e dêem um testemunho limpo, aceitando e compreendendo relacionamentos. Precisamos tornar-nos irmãos e irmãs que se nivelem com eles em amor.