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Expectativa

            "Havia em Jerusalém um homem chamado Simeão; homem este justo e piedoso que esperava a consolação de Israel; e o Espírito Santo estava sobre ele" (Lucas 2:25).

            Estamos nos aproximando da data celebrada como sendo a do nascimento de Jesus. É de conhecimento comum que na realidade Jesus não nasceu nesta data, mas apesar disto, é usada por cristãos em volta do mundo para lembrar o nascimento do Salvador. Jesus nunca pediu que fosse lembrada esta data, todavia apenas Sua morte, pois foi para morrer que Ele veio.

            Infelizmente esta época do ano tem se tornado algo mais comercial do que religioso ou espiritual. Desde o mês passado as lojas estão cheias de preparações e mercadorias para serem vendidos aos mais diversos consumidores. O interessante é que quase todos recebem presentes de uma forma ou outra, menos o Ser cuja vinda ao mundo alegam celebrar. Ele está ausente da festa. Fala-se mais de Maria, de Papai Noel, de árvores de Natal, de decorações de casas, luzes da época, entre outras coisas, do que do Salvador que veio de forma tão insignificante.

            Chama muito atenção o fato que pessoas que jamais seriam consideradas por nós como as mais propícias para ouvir primeiro acerca do Seu nascimento foram às avisadas naquela noite maravilhosa. Os pastores nos campos viram os anjos, ouviram as canções, prestaram atenção a mensagem dos anjos, creram e saíram a procura da criança que nasceu de acordo com as profecias. Obviamente havia dentro deles certa expectativa, e ao ver e ouvir as coisas surpreendentes na calada da noite, fez com que a fé reavivasse dentro deles.

            Numa terra muito distante e naquela mesma noite, uns magos viram uma estrela diferente do que as outras. Eles sabiam que era muito significante. Surgiu dentro deles uma fé que algo que alteraria o curso do mundo tinha acontecido. Para averiguar isto, para poder participar do evento eles se preparam e sairam numa viagem, atravesando rios, desertos montanhas e planicies. A viagem levou aproximadamente dois anos, e encontraram Jesus morando numa casa em Belém com seus pais. Habitava nestes sábios uma expectativa, e nenhum esforço era demais para poder viver este anelo especial. (Mateus 2:1-12)

            Em Jerusalém habitava um homem idoso pelo nome de Simeão que por ser justo e temente a Deus recebeu do Senhor uma promessa que viveria o tempo necessário até ver com seus olhos o Salvador do seu povo. Ele vivia a expectativa diariamente. Mas, naquele dia em que Jesus seria apresentado no templo sentiu-se guiado pelo Espírito para ir lá. (Lucas 2:25-35) Ele recebeu o cumprimento da promessa e expectativa que vivia ao longo dos anos. Glória encheu seu coração e ele profetizou coisas maravilhosas, todavia assombrosas.

            Ana, apesar dos seus quase oitenta e quatro anos vivia no templo; podemos dizer na presença do Senhor, todos os dias. Ela, da mesma forma, vivia uma expectativa de algum dia ver algo notório acontecendo no mundo. Depois de ver e saber que o Salvador veio ao mundo, "falava Dele a todos que esperavam a redenção em Jerusalém." (Lucas 2:36-38)

            Voltando ao Antigo Testamento, encontramos um dos primeiros patriarcas que também vivia uma grande expectativa. Assim Jó declarava: "Depois, revestido este meu corpo da minha pele, em minha carne verei a Deus. (Jó 19:26) Muitos anos atrás um colega de trabalho me disse que ele acreditava que o homem vivia e depois morreria com um cão, e assim findaria sua história. Mas, desde o princípio homens tementes a Deus viviam uma expectativa viva.

            Paulo vivia como perseguidor e depois como perseguido. Enfrentava o fim da sua vida com estas palavras que faziam parte da sua expectativa contínua: "... sei em quem tenho crido e estou certo de que ele é poderoso para guardar o meu depósito até aquele Dia." (II Timóteo 1:12)

            João, o amado do Senhor, vivia também esta expectativa. Apesar das perseguições, de ser encarcerado numerosas vezes, de ser fervido em óleo, de ser exilado à ilha de Pátmos, ele expressa sua fé, seu anelo e expectativa: "Aquele que dá testemunho destas coisas diz: Certamente, venho sem demora. Amém! Vem, Senhor Jesus!" (Apocalipse 22:20)

Para João e os muitos outros, numerosos demais para mencionar, a vida não consistiu em coisas terrestres, bens materiais, festas, viagens, relacionamentos e outras coisas semelhantes, mas na expectativa de receber tudo que foi prometido para os fiéis, os que viveriam suas vidas servindo ao Senhor.

Amigo, sua vida diária demonstra que sua expectativa está nas coisas que este mundo oferece, ou nas promessas feitos para nós por Jesus Cristo. Não são suas palavras que soam alto no mundo, mas sua maneira de viver. Quem tem esta expectativa viva faz de acordo com I João 3:3: "Vede que grande amor nos tem concedido o Pai, a ponto de sermos chamados filhos de Deus; e, de fato, somos filhos de Deus. Por essa razão, o mundo não nos conhece, porquanto não o conheceu a ele mesmo. Amados, agora, somos filhos de Deus, e ainda não se manifestou o que haveremos de ser. Sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele, porque haveremos de vê-lo como ele é. E a si mesmo se purifica todo o que nele tem esta esperança, assim como ele é puro." (I João 3:3)

Que neste Natal a gloriosa expectativa de todo crente verdadeiro seja renovada em você e seus familiares!

Philip D. Walmer