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Pandemia de Pornografia

"Eu fiz um pacto com os meus olhos..." (Jó 31:1)


É uma acusação irônica contra a sociedade ocidental que as feministas em nossos dias encontraram-se divididas acerca da questão de saber se é correto dizer que a pornografia é moralmente errada. O termo em si é delineado a partir do grego "pornographos", que originalmente significava "escrever acerca de prostitutas", por isso não deve parecer estranho que essas mesmas feministas absterem-se de julgar acerca da moralidade da prostituição. Elas condenam a atividade enquanto tentam de aprovar os indivíduos pelo exercício de sua "liberdade" para exercer a mesma. Elas fazem campanhas por leis que definem os sintomas, enquanto permanecendo indispostas a diagnosticar a doença. Paradoxalmente, porque se recusam a chamar o pecado, de pecado mesmo, estas mulheres popularmente conhecidas pelo "feminismo" involuntariamente têm ajudado o ataque mais hediondo contra o sexo feminino que já foi tramado nas profundezas do inferno.


Em nossa sociedade saturada de sexo, a pornografia não é mais reconhecida somente como um problema do sexo masculino. No entanto, essencialmente, todos os estudos e estatísticas ainda revelam que é predominantemente um problema dos homens e apenas perifericamente um problema para as mulheres. O problema tem crescido exponencialmente ao longo das últimas duas décadas com a acessibilidade e anonimato da Internet. O número de pessoas ludibriadas por este mal é impressionante. Por alto, os americanos alugam 800 milhões de DVDs pornográficos a cada ano (um em cada cinco DVDs alugados), e pornografia de longe supera a produção anual de Hollywood de 400 filmes, com 11.000 filmes pornográficos produzidos a cada ano. Quatro bilhões de dólares por ano são gastos em pornografia de vídeo nos Estados Unidos, mais que seus cidadãos gastam com beisebol, futebol, ou basquete. Um em cada quatro usuários de internet olha para um site pornográfico em um determinado mês. Homens, em média, olham pornografia online mais do que olham para qualquer outro assunto, e uma cifra de dois terços dos homens de 18 a 34 anos de idade visitam sites pornográficos regularmente. Nós, infelizmente, somos ingênuos se pressupomos que esta pandemia de pornografia não se infiltrou em nossas igrejas pentecostais, quando 57% dos pastores norte-americanos dizem que esse vício é a questão mais sexualmente prejudicial em suas congregações, quando 47% das famílias cristãs dizem que a pornografia é um problema em sua casa, e quando a Internet é apontada como um fator significativo em 2 em cada 3 divórcios hoje.


Humanidade caída tem uma tendência a adotar todos e quaisquer prazeres que são desprovidos de responsabilidade, mas, como todas as "sem custos" formas de prazer, a pornografia forma hábitos, isto é, um vício. A definição contemporânea de pornografia é: material sexualmente explícito com a intenção de causar excitação sexual. Isto é dificilmente um objetivo nobre, para dizer o mínimo. Chuck Colson chamou Internet pornografia de "Cocaína Espiritual" por causa de quão rapidamente as pessoas podem tornar-se viciadas a ela e por mais destrutiva que é para a alma humana. Os homens, especialmente, por causa da sua propensão para ser tentado visualmente (Mateus 5:28), devem guardar-se assiduamente contra este atalho pecaminoso para a gratificação sexual.


Gary Brooks, um psicólogo da Texas A & M University, que estuda a pornografia, demonstrou que até mesmo "soft-core" pornografia (pornografia menos explícita) tem um efeito muito negativo sobre os homens porque é "voyeurismo* - que ensina os homens a ver as mulheres como objetos, em vez de estar em relacionamentos com mulheres como seres humanos." Sediada em Massachusetts, EUA, a psicóloga Aline Zoldbrod, enfatiza que "há boa evidência que quanto mais pornô os homens assistem, quanto menos eles estão satisfeitos com a aparência de suas parceiras e desempenho sexual." Sexo na pornografia é um produto comercializado, desprovido de emoção, despido de humanidade, uma experiência essencialmente vazia. Porque a pornografia envolve o olhar para as mulheres, mas na verdade não interagindo com elas, eleva o físico, enquanto ignora ou banaliza todos os outros aspectos da mulher. Ela é literalmente reduzida às partes de seu corpo e o comportamento sexual, totalmente despersonalizada e desumanizada. Não é de admirar que os psicólogos estão cada vez mais encontrando casamentos, não apenas devastados pela pornografia, mas muitos indivíduos tão marcado pela pornografia que eles não têm a própria capacidade de se envolver em relações normais. Ironicamente, os homens que se tornam viciados neste "livre de risco" forma de atividade sexual correm um risco muito maior; a perda de sua capacidade de se contentar com uma parceira sexual normal em um casamento normal, e, finalmente, a perda de sua própria felicidade.


Para chegar a uma perspectiva bíblica deste problema, devemos considerar que a pornografia efetua gratificação sexual fora do relacionamento do casamento. Essa é a atividade que a Bíblia proíbe, quando Ela nos ordena de abster-se, e até mesmo fugir, da fornicação (porneia), em versículos como I Tessalonicenses 4:3 e I Coríntios 6:18. O "sexo sem pessoas" que a pornografia oferece é uma despensa perigosa do plano divino de Deus para o sexo no início da criação do homem. Deus deu a dádiva do sexo para ser expresso apenas na intimidade e santidade do casamento para um objetivo tríplice de procriação (ter filhos - Gênesis 1:28), recreação (prazer mútuo - Provérbios 5:18-19), e identificação (ligação fisicamente, psicologicamente e espiritualmente como "uma só carne" - Gênesis 2:24). Pornografia não efetua absolutamente nenhum dos propósitos de Deus, e pode ser empiricamente demonstrado que também serve como um portal diabólico para muitos outros pecados.


O verdadeiro poder dos meios de comunicação em nossos dias é o poder de redefinir "normal". O comportamento pecaminoso que vemos glamorizado não somente transmite mensagens poderosas do que é aceitável, mas o que é esperado. O mundo ficcional da mídia torna-se, ao longo do tempo, uma profecia auto-realizável em nossa sociedade. Em nenhum lugar isso é mais verdadeiro ou mais trágico do que na arena viciante da pornografia. É um vírus que mata a intimidade, dignidade, realidade e espiritualidade. Ele sufoca a alma de todo mundo que toca, porque reduz a humanidade a uma mercadoria a ser utilizada e exatamente isso o que o diabo tem feito desde o início dos tempos. Enquanto um homem pode manter seu vício à pornografia secreto, ele não pode mantê-lo em silêncio, pois ele colore a sua percepção da parceira vitalícia que Deus deu (ou quer dar) a ele, assassina seu próprio caráter, impacta cada interação com o sexo oposto, e aniquila a sua relação com Deus. A pornografia é um veneno para a alma!


Desde o fracasso de Adão no Jardim do Éden, os homens têm sido atormentados com apetites (concupiscência) fora de controle dentro de seus próprios corpos que guerreiam contra a santidade. A Bíblia tem muito a dizer sobre a luxúria, porque destrói a nossa vida espiritual. E desde que os apetites que podem causar a luxúria não podem ser removidos da nossa vida (que nos faria menos do que humanos), só há uma maneira de lidar com a luxúria, e, isto é, que deve ser subjugado por algo mais poderoso. Homens, somente enquanto nós nos submetemos a Deus, seremos capazes de não ceder à luxúria. O título de um recente best-seller cristão nos diz que isso é "A Batalha de Todos os Homens".  É uma batalha que precisamos vencer, pois a felicidade de nossos cônjuges, a herança de nossos filhos, e a saúde de nossa alma depende disso.


"Amados, peço-vos, como a peregrinos e forasteiros, que vos abstenhais das concupiscências carnais, que combatem contra a alma, tendo o vosso viver  honesto entre os gentios, para que, naquilo em que falam mal de vós, como de malfeitores, glorifiquem a Deus no Dia da visitação, pelas boas obras que em vós observem." (1 Pedro 2:11-12)

 

*Desordem sexual que consiste na observação de uma pessoa no ato de se despir, nua ou realizando atos sexuais e que não se sabe observada, mixoscopia.  Forma de curiosidade mórbida com relação ao que é privativo, privado ou íntimo. 

Por Rev. Raymond Woodward

Traduzido e Adaptado por Philip D. Walmer