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AMOR EXTRAVAGANTE

            Dias atrás abri o diário de minha amiga Daisy, uma missionária que se encontrava comigo em meu carro quando sofri uma colisão com um veículo dirigido por um homem embriagado, numa das páginas, ela havia transcrito determinado texto, e em seguida escrevera um comentário pessoal.

            "Um jovem soldado que foi ferido na batalha de Bulge ouviu do próprio médico do exército a notícia.

            "- Você vai ficar bom, meu filho, o único problema é que perdeu uma perna."

            "- Não perdi, não, replicou o soldado. Eu a dei!"

            E em seguida, vinha o comentário de Daisy:

            "Os melhores anos de minha vida não foram perdidos, não. Eu os dei ao Senhor." (Ela estivera presa em um campo de concentração durante a Segunda Guerra.) "Não foi uma organização, nem a uma causa, nem mesmo a um campo missionário que os dei, mas a Ele! Portanto se ele quiser colocar-me de lado, tudo bem. Talvez ele queira os anos que me restam; ou não. Mas será que não posso confiar em sua sabedoria e misericórdia?"

            Ela registrou essas palavras no dia 13 de abril de 1948. E apenas vinte e três dias depois, no dia 6 de maio, uma segunda-feira, ao meio dia, Daisy foi retirada das ferragens do meu carro. Alguns minutos depois, ela abandonou aquele corpo ferido, na estrada, e foi estar com Aquele a quem ela tanto amava.

            Se lermos em I Crônicas 11:10-25, veremos o quanto os moços de Davi o amavam. Eles o amavam tanto que arriscaram a vida para satisfazer seu desejo de beber água. E se Davi, que era apenas um líder humano, recebeu tal devoção de seus comandados, quanto mais não devemos nós demonstrar nosso amor por Aquele que é maior do que Davi?

            "Suspirou Davi e disse: Quem me dera beber água do poço que está junto à porta de Belém!   Então, aqueles três romperam pelo acampamento dos filisteus, e tiraram água do poço junto à porta de Belém, e tomaram-na, e a levaram a Davi; ele não a quis beber, mas a derramou como libação ao SENHOR. E disse: Longe de mim, ó meu Deus, fazer tal coisa; beberia eu o sangue dos homens que lá foram com perigo de sua vida? Pois, com perigo de sua vida, a trouxeram. De maneira que não a quis beber. São essas as coisas que fizeram os três valentes." (Versículos 17-19).

            Senhor desperta meu coração, a conhecer-te como um Pai que entende a medida de nossa fé e amor. Somente agitas nossos confortáveis ninhos quando precisamos crescer e desenvolver nossas asa. Queres que sejamos; águias capazes de plainar nas alturas, e por isso nos empurras para a beira de nosso ninho e nos atiras para fora dele para que aprendamos a desenvolver as asas da fé. Agradeço-te, Pai, porque sei que não fazes isso prematuramente. Sabes a hora exata em que já estamos preparados para voar.

            Perdoa-me pelas vezes em que tenho-me limitado a dar-te o mínimo que exiges de mim. Compreendo que não exiges de mim um amor extravagante, mas se eu o expressar, tu o aceitarás com amor.

            Pai, desperta meu coração para entender que não só os "ricos" são capazes de praticar extravagâncias. Agora entendo a razão de teus atos. Tu és rico em misericórdia e graça, e por isso pode ter um amor extravagante por nós. Também posso ser extravagante, posso ser rico, muito rico de gratidão por tudo que fizeste por mim. Portanto posso ser extravagante em ações de graça. E na medida em que me tornar mais rico no conhecimento de ti, posso ser mais extravagante também no louvor. E pensando em todas as riquezas que me deste em Cristo Jesus posso ter um amor extravagante. É verdade, Pai, estou constantemente descobrindo as riquezas que tenho em Cristo Jesus. É por isso que quero ter um amor extravagante por ti.