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Deus, Use-me! - 7

Número 7

 

            "Porque muitos são chamados, mas poucos, escolhidos." (Mateus 22:14)

            O desejo de ser usado por Deus deve ser muito forte dentro de cada pessoa que tem recebido a plenitude da salvação providenciada por Ele. Se não houvesse outro motivo, a gratidão deve de ser uma força comovedora que arde como um fogo dentro do ser. Não, não estou escrevendo estas palavras simplesmente para tentar fazer os discípulos do Senhor de hoje sentir uma forte compunção, pois hoje no culto como acontece todos os dias, eu mesmo senti um anelo que quase me consome. Deus, use-me!

            Recentemente ouvi um oficial da polícia relatar que o departamento da polícia necessita urgentemente de homens para abraçar a profissão. Não, não é falta de candidatos que ainda deixa o departamento aquém do nível desejado, contudo a falta de pessoas que conseguem passar nas provas. Relatou que de cada 100 pedidos, somente um consegue ser aceito, e destes, outros são eliminados durante o treinamento. Eis a dura realidade.

            Talvez seja o mesmo que as palavras de Jesus, de nosso texto, querem transmitir para todos que ouvem a chamada geral do Senhor. Recordo a história de Gideão em Juízes capítulo sete. Havia uma necessidade urgente de levantar um exército para libertar o povo de um inimigo feroz. Gideão tocou a trombeta que chamaria os homens de guerra para se organizar para batalhar pela salvação da sua pátria, suas famílias e seus bens, pois a opressão do inimigo chegou a níveis insuportáveis como descrita no capítulo seis de Juízes. Trinta e dois mil responderam à chamada.

            Deus disse que era demais o número de pessoas e falou a Gideão para libertar todos os tímidos e medrosos. Vinte e dois mil voltaram contentes para casa. Novamente Deus disse que não poderia usar tanta gente e foi, então, aplicada outra prova; após a qual restavam apenas trezentos homens. Sim, apenas trezentos para enfrentar um inimigo de dezenas de milhares que cobria o vale como gafanhotos.

            A situação da Igreja de hoje é a mesma. Ela está encarregada de libertar um mundo que jaz no maligno. É um inimigo mais numeroso que a Igreja e aparentemente mais poderoso também. Diante da timidez e medo de muitos, eles são descartados. Outros são ligados demais com o mundo e não passam na segunda prova, por deitar as armas e não ficar em vigilância constante e por isso Deus os descarta. A batalha é apenas para homens e mulheres corajosos, que possuem um espírito inabalável, e que estão voltados exclusivamente para a batalha do Senhor, tendo aberta a mão para os confortos, prazeres e supostas riquezas do mundo. Estes poucos valentes tem uma visão de vitória, libertação do seu povo e a salvação e prosperidade espiritual de seus familiares. Para eles nada mais tem valor, e se morrerem na batalha serão considerados como valentes e corajosos, e não como egoístas, medrosos e tímidos.

            Os 31,700 que voltaram para casa terão de enfrentar o desprezo do povo, inclusive seus familiares. "O que é? Teve medo de lutar por nós?" Estes não serão coroados e honrados como heróis. Eles não participarão dos espólios dos guerreiros.

            Eu quero ser usado por Deus. Não importa a dureza das batalhas, as feridas, a fome, a sede e tudo mais que preciso sofrer, pois ao receber a coroa da vida será recompensa suficiente para compensar qualquer coisa que sofro nesta vida para libertar o povo do inimigo destruidor. Não quero ser apenas um chamado, mais um escolhido.

Philip D. Walmer