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O Mínimo

 

            Juan era um menino inteligente, mas desde cedo na sua vida ele estabeleceu a meta que jamais faria mais do que o absolutamente necessário. Suas notas no colégio indicavam esta meta, pois mal chegavam ao mínimo necessário para ser promovido para a próxima série. Os anos dos seus estudos básicos e posteriormente os de ensino médio mostravam que ele era um preguiçoso sem qualquer incentivo de melhorar seu desempenho. Seus professores sabendo que podia fazer melhor o encorajavam de melhorar sua média. Seus pais, desapontados com suas notas, também fizeram de tudo para incentivá-lo de mudar sua atitude, e até explicaram que esta atitude iria prejudicá-lo futuramente. "Por que fazer melhor," ele disse, "estou sendo promovido cada ano e acompanho os que se esforçam demasiadamente."

            Ele até conseguiu se formar com esta atitude e logo depois já estava empregado. Cursar uma faculdade ou universidade era o pensamento mais longe da sua mente. Contudo, ele continuou com a mesma atitude de fazer o mínimo possível no seu emprego, apesar de ser capaz, muito capaz, de produzir mais. Adiante, portanto, ele começou notar que seus colegas estavam sendo promovidos para posições melhores na empresa, e assim passando a ganhar melhor. Novos empregados logo foram promovidos para posições de mais responsabilidade onde ganhavam salários bem superiores ao dele apesar de ter menos tempo na empresa.

            Ele começou se irritar com isso, e não poucas vezes criava encrencas com outros funcionários. O ambiente no trabalho começou deteriorar e a produção dos outros caiu por causa da tensão contínua. Os administradores da empresa preocupavam-se, pois os lucros estavam em jogo. Estes começaram frequentar mais e mais a área de produção e notavam que o pivô de tudo era Juan. Deram uma advertência a ele, mas ele estando cheio de razão, e acostumado de sempre fazer o mínimo, não acatou a advertência. Finalmente seus chefes tomaram a atitude que seria necessária despedir Juan da empresa, pois criava um mal estar geral entre os demais funcionários e, portanto era a razão da produção muito aquém do esperado. Juan se foi, sem uma carta e recomendação, com carteira indicando um salário baixo e a falta de qualquer promoção ou aumento de salário. Anos antes a meta foi estabelecida e agora ele estava colhendo o que semeou.

            Tristemente ele não podia providenciar de maneira adequada as necessidades da sua esposa e família. Não podia ajudar seus filhos com seus temas de casa, pois não havia aprendido bem durante seus anos de colégio, e jamais era o herói deles, pois eles o comparavam com os pais dos seus colegas e a vida melhor que eles levavam.

             O pior de tudo era que Juan levava esta mesma atitude desleixada para dentro da sua vida espiritual também. Não lia a Bíblia e não tinha o hábito de orar por considerar estas atividades desnecessárias. Por falta de conhecimento da Palavra de Deus, era incapaz de instruir seus filhos nos caminhos do Senhor, que sem um bom exemplo e instruções, logo saíram da igreja e entregavam-se aos hábitos, costumes e vícios do mundo. O mínimo deu maus resultados!

            "Tudo quanto te vier à mão para fazer, faze-o conforme as tuas forças, porque no além, para onde tu vais, não há obra, nem projetos, nem conhecimento, nem sabedoria alguma." (Eclesiastes (9:10)

Philip D. Walmer.