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Pelejar 2

Número 2

 

            Como eu falei em devocional anterior, sabemos que a saída de Israel do Egito é tipo do arrependimento do pecador que chega ao conhecimento que seus pecados o separaram de Deus e de salvação. Andei imaginando como foi esta saída, pois não tinha meios de transporte de muita coisa. Basicamente eles foram obrigados fugir desta escravatura caminhando a pé e provavelmente com apenas uma trouxa de roupas nas costas. Casas, móveis e outras coisas desta natureza foram obrigatoriamente deixados para traz.

            Paulo fala em II Coríntios 5:17 da transformação que acontece na vida de quem abraça a salvação providenciada por Jesus Cristo: "E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura o; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas." A filosofia de muitos religiosos modernos é que não importa hábitos, vícios e costumes que alguém porventura tem, pois só basta dizer "eu aceito Jesus Cristo como meu Salvador". Não era assim que Paulo expressou o que acontece quando uma pessoa realmente entrega sua vida para ser transformada, sim, transformada por Deus. Tudo deve mudar na vida de quem se arrepende dos seus pecados. Velhos hábitos, vícios e costumes que pertencem ao mundo são deixados para traz da mesma forma que os Israelitas foram obrigados deixar o que consideravam como bens para poder alcançar a Terra Prometida que manava leite e mel.

            Paulo era pessoa de grande consideração entre a classe dos que governaram os judeus. Ele disse que não era apenas um fariseu, mas provavelmente por causa do seu zelo notável era considerado fariseu dos fariseus. Ele teve uma excelentíssima educação, tendo estudado aos pés do erudito Gamaliel. Ele gozava de grande confiança dos seus colegas, ao ponto de receber cartas de autorização (espécie de procuração) para agir por todos eles. Mas, ao entregar sua vida para Deus no caminho para Damasco, ele teve que refletir sobre os possíveis ganhos da sua posição terrestre e os ganhos que teria por abraçar integralmente o caminho novo que lhe foi apresentado. Acerca desta reflexão e subsequente decisão ele escreveu a passagem que segue:

            "Sim, deveras considero tudo como perda, por causa da sublimidade do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; por amor do qual perdi todas as coisas e as considero como refugo, para ganhar a Cristo e ser achado nele, não tendo justiça própria, que procede de lei, senão a que é mediante a fé em Cristo, a justiça que procede de Deus, baseada na fé; para o conhecer, e o poder da sua ressurreição, e a comunhão dos seus sofrimentos, conformando-me com ele na sua morte; para, de algum modo, alcançar a ressurreição dentre os mortos." (Filipenses 3:8-11)

                No entanto, antes de tomar sua decisão final, Ananias, o servo do Senhor que foi enviado para falar a Paulo, transmitiu fielmente a advertência, destacando o quanto teria de sofrer, caso ele abraçasse a causa de Cristo. Parece nas Escrituras que não havia resistência, nem prolongada reflexão sobre o assunto, pois ele viu que servir a Deus era de grande lucro, apesar de todas as pelejas e sofrimento que enfrentaria nos anos vindouros.

            Todos devem calcular o custo, mas com a ampla visão das glórias que o filho fiel a Deus há de ganhar. A decisão deve ser fácil, e a peleja abraçada com prazer, pois no fim da vida ou no arrebatamento da Igreja, todos os fieis serão coroados com a vida eterna.

Philip D. Walmer