>
 

Um Caminho 3

Número 3

 

            "Mas, ainda que nós ou mesmo um anjo vindo do céu vos pregue evangelho que vá além do que vos temos pregado, seja anátema." (Gálatas 1:8)

            Vejo que em alguns lugares, e por meio de alguns que se chamam de evangelistas ou pastores, que o arrependimento não está sendo mais pregado e há vezes que nem está mencionado. Isto é um delito muito grande, pois o arrependimento foi o tema principal das mensagens de João Batista. "Naqueles dias, apareceu João Batista a pregando no deserto da Judéia e dizia: Arrependei-vos, porque está próximo o reino dos céus." (Mateus 3:1-2) "... apareceu João Batista no deserto, pregando batismo de arrependimento e para remissão de pecados." (Marcos 1:4)

            Jesus continuou o que foi iniciado pelo Espírito Santo que agia em João Batista. "Daí por diante, passou Jesus a pregar e a dizer: Arrependei-vos, porque está próximo o reino dos céus." (Mateus 4:17) "Ide, porém, e aprendei o que significa: Misericórdia quero e não holocaustos; pois não vim chamar justos, e sim pecadores [ao arrependimento]. (Mateus 9:13) "Tendo Jesus ouvido isto, respondeu-lhes: Os sãos não precisam de médico, e sim os doentes; não vim chamar justos, n e sim pecadores." (Marcos 2:17)

            Os doze discípulos, mesmo antes de receber o Espírito Santo no Dia de Pentecostes, seguindo os ensinamentos de Jesus, já pregavam o arrependimento: "Então, saindo eles, pregavam ao povo que se arrependesse..." (Marcos 6:12) No Dia de Pentecostes, logo depois de serem cheios do Espírito Santo, os apóstolos deram continuidade e grande ênfase ao arrependimento: "Respondeu-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo e para remissão dos vossos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo." (Atos 2:38) Novamente diante do Sinédrio (70 líderes religiosos do dia) foi dada uma mensagem bem clara: "Arrependei-vos, pois, e convertei-vos para serem cancelados os vossos pecados..." (Atos 3:19) Como pode alguém dizer que segue o padrão da Igreja Primitiva do primeiro século quando não prega o que os discípulos que foram ensinados diretamente por Jesus pregaram. Permite que eu seja bem claro ao dizer: o batismo nas águas sem ser precedido por um profundo arrependimento não tem valor, pois simplesmente molhou uma pessoa ainda pecadora. João Batista recusou batizar alguns que foram ter com ele que após ouvir sua pregação pediram para serem batizados. Ele negou-lhes o batismo por não terem produzido fruto de arrependimento. "Vendo ele, porém, que muitos fariseus e saduceus vinham ao batismo, disse-lhes: Raça de víboras, quem vos induziu a fugir da ira vindoura? Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento..." (Mateus 3:7-8)

            Ao longo dos escritos do Novo Testamento, encontramos muitas referências ao arrependimento: Em Mateus - 11, Marcos - 4, Lucas - 13, Atos - 10, Romanos - 2, II Coríntios - 4, II Timóteo - 1, Hebreus - 4, II Pedro - 1 e Apocalipse - 10. Há pelo menos 60 referências ao arrependimento e nenhuma referência a este tal de "aceitar Jesus", uma expressão usada tão comunmente hoje no meio evangélico, que parece bíblico, quando na realidade não é, e leva as pessoas a uma fé falsa, e muitas vezes há uma continuidade de práticas pecaminosas sem, contudo, uma mudança de vida como indicado pelos ensinamentos bíblicos.

            O Apóstolo João que não mencionou o arrependimento em seu primeiro livro, O Evangelho de João, logo enfatiza a confissão de pecados em I João 1:9: "Se confessarmos os nossos pecados, ar os pecados e nos purificar de toda injustiça." Esta confissão deve ser feita diretamente a Deus, e não a algum homem, pois é contra Deus que todos pecaram. Somente a confissão de pecados e o arrependimento dos mesmos livrará o homem da culpa dos pecados.

            Prezado ministro, você tem receio de pregar contra o pecado? Tem receio de críticas e perseguições? É por isso que prega mensagens suaves, inofensivas que dão uma coceira nos ouvidos dos ouvintes? Você pode ocupar uma posição de honra aqui na terra. Pode receber os aplausos e aprovação do povo, porém, diante de Deus será pesado na balança de Deus, e serão descobertas as suas falhas que levaram muitas pessoas a perdição. Isto será, se suas falhas ainda permitem que seja qualificado para subir no arrebatamento da Igreja. Prefiro ser perseguido, maltratado e condenado pelo mundo por pregar a verdade, como João Batista, neste deserto da degradação do ser humano.

Philip D. Walmer