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Os Convites Esquecidos

Autora:SandraKlaus

Tradução: Christina Cardoso

             História para ler ou contar (Série sobre as Bem-Aventuranças)

             - Ei, Estela! - Kátia chamou, enquanto corria em direção à sua amiga. - Você já recebeu o seu convite?

            Estela parou e esperou até que Kátia a alcançasse. Então pergun­tou:

            - Que convite?

            Kátia segurava seus livros e papéis tentando não derrubar tudo, enquanto respondia:

            - Você não sabe? A Maria Luiza vai dar uma festa de patins em seu aniversário. Ela está convidando todo mundo!

            - Uma festa de patins? - Os olhos de Estela brilharam. - Eu amo patinar. Quando vai ser?

            - Na próxima sexta-feira. Imagine que ela reservou a pista inteira de patinação, só para a festa dela!

            As duas garotas continuaram andando e conversando até che­garem à escola. Estela comentou empolgada:

            - Aposto que a Júlia, a Sandra e a Amanda estarão todas lá. Vai ser o máximo! Mal posso esperar.

            Quando tocou o último sinal, Kátia foi esperar por Estela na porta da saída da turma dela, como sempre, para voltarem juntas para casa. Apesar de estarem em classes diferentes, este ano, elas ainda eram muito amigas. Enquanto esperava Kátia murmurava consigo mesma

            - Ande logo, não demore Estela! Quero ir para casa! Este está sendo o pior dia da minha vida!

            De repente, Kátia avistou a amiga. Estela vinha pelo corredor conversando com a Mariana. Kátia resmungou, contrariada:

            - Oh, não! O que ela está fazendo com ela? E porque ela parece tão feliz? Se a Estela recebeu o conviite e eu não, eu vou morrer:

            - Oi, Kátia - disse Mariana, quando as duas garotas se apro­ximaram. Kátia fixou os olhos nela. Mariana voltou-se para Estela e disse: - Bem, tenho que ir. Minha mãe está me esperando para podermos fazer compras. Tchau!

            - Tchau. Boas compras! - Estela respondeu. Voltando-se para Kátia, ela olhou, intrigada, e perguntou: - O que há de errado com você?

            - Ah, nada! - resmungou Kátia. - Então, você e a Mariana estão indo à festa juntas, ou o quê?

            - Claro que não, eu....

            Mas antes que Estela pudesse terminar, Kátia interrompeu:

            - Bem, você deveria. Você não irá comigo.

            - Você quer dizer que foi convidada? - perguntou Estela, ad­mirada.

            - Não, eu não fui convidada - respondeu Kátia, com ironia. Ela abriu a porta e saiu. O ar fresco era bom. Estela também saiu, e perguntou:

            - Kátia qual é o seu problema?

            - Eu não tenho nenhum problema! - gritou Kátia, enquanto caminhava, mal-humorada. Mas Estela segurou-a pelo braço.

            - É sobre a festa?

            - Ora, vamos! - Kátia bateu na cabeça com a mão e ironizou de novo: - Como é que você descobriu?

            Dessa vez, Estela parou e disse, aborrecida:

            - Ei, por que você está tão zangada com isso? Eu também não fui convidada.

            Kátia pulou na direção dela.

            - Não?

            - Não - disse Estela, balançando a cabeça. - Você não me deixou terminar de falar. Você perguntou se eu iria à festa com a Mariana, e eu respondi: "Claro que não". Eu ia terminar: "Como poderia se não fui convidada?" Mas você estava tão zangada que nem me deixou terminar.

            - Verdade? - Os olhos de Kátia se arregalaram, - quando eu vi você com a Mariana, achei que tinha sido convidada. Eu sei que a Mariana já ganhou o convite dela. Na hora do intervalo, eu ouvi quando ela estava conversando com outras meninas sobre como iriam se divertir. Então pensei que, se você estava com ela, e vocês estavam tão alegres, você devia ter sido convidada também.

            - Bem, eu não fui - disse Estela.

            Kátia desculpou-se:

            - Me desculpe. Mas você não ficou chateada por não ter sido convidada? Acho que nunca mais vou conversar com aquele grupo de garotas convencidas...

            - Kátia! - Estela cutucou o braço dela. - Aquelas garotas são nossas amigas.

            - Eram! -Kátia parecia furiosa. - Elas eram nossas amigas. Se elas pretendem ter uma festa de patins sem nós, elas não são minhas amigas!

            - Ah, deixa disso - disse Estela. - Não é o fim do mundo se não formos convidadas para aquela festa.

            - Não, mas é o fim de nossa amizade. Eu nunca perdoarei a Maria Luiza por isto. Quem ela pensa que é?

            Estela balançou a cabeça. Então perguntou:

            - Você fez a sua leitura silenciosa, hoje?

            - Você está falando daquele livrinho que a tia Bárbara nos deu no domingo passado? Acho que perdi o meu.

            - Bem, eu estou lendo o meu - disse Estela. - É muito bom. O versículo de hoje diz que devemos perdoar uns aos outros.

            - Você parece a professora da Escola Dominical - resmungou Kátia.

            - Que nada - disse Estela, calmamente.- Mas eu acho que, quando Deus diz alguma coisa, nós devemos obedecer. Talvez a Maria Luiza só pudesse convidar poucas pessoas. Talvez ela tenha nos esqueci­do. Talvez...

            - Talvez ela nos odeie! - disse Kátia.

            - Ora, Kátia, não diga bobagens. Vamos esquecer isto e ir logo para a minha casa, como tínhamos planejado. Minha mãe ia fazer bata­tas fritas hoje. Sei que você é "apaixonada" por batata frita.

            - Não estou com a mínima fome. Acho que vou direto para casa.

            Nesse momento, as duas garotas ouviram uma voz atrás delas, chamando:

            - Ei, Estela! Kátia! Esperem um pouco! Era Maria Luiza. Elas reconheceram a voz. Kátia empurrou Estela para que continuasse a andar:

            - Vamos! Finja que você não ouviu.

            Mas Estela se virou para trás, mesmo assim, e disse com um sorriso:

            - Oi, Maria Luiza. Feliz aniversário!

            - Obrigada - respondeu Maria Luiza quase sem fôlego, devido à corrida. - Gente, andei procurando vocês pela escola inteira! Onde vocês estavam?

            Kátia resmungou qualquer coisa. Estela respondeu:

            - A minha classe foi para aquele passeio no planetário. Foi ótimo!

            - Ah, sim, eu havia me esquecido!

            Abrindo a mochila, Maria Luiza pegou dois envelopes e disse:

            - Aqui estão. Vou dar uma festa de patins na sexta-feira. Espero que vocês duas possam ir.

            Estendendo os envelopes, Maria Luiza entregou um convite para Estela e outro para Kátia.

            - Obrigada! - disse Estela, animada.

            - Sim, obrigada - repetiu Kátia, de cabeça baixa.

            - Então, vejo vocês lá!

            Maria Luiza sorriu e foi embora, rapidamente, sem sequer perce­ber que a Kátia havia ficado com rosto bem vermelho!

 

 

Vamos conversar sobre a história...

l.          Qual a diferença entre a reação ou a atitude de Kátia e Estela, quando pensaram que não seriam convidadas para a festa da Maria Luiza? (Kátia ficou brava, infeliz e pensou em se vingar: Estela aceitou o que aconteceu e continuou a tratar Maria Luiza com simpatia.)

 2.         Do que Kátia dependia para ser feliz? (Das pessoas - todas as suas amigas estariam lá. Das coisas - ela pensava que sem receber um convite não poderia ser feliz. Dos acontecimentos - a festa era a coisa mais importante para ela.)

 3.         Se a felicidade não depende das pessoas, das coisas ou dos aconte­cimentos, do que depende a verdadeira felicidade? (De receber a Jesus como Salvador e obedecer a Sua Palavra.)

 (O EVANGELISTA DE CRIANÇAS Ano -17 - Nº 184)