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Está Na Hora De Cantar

 

Alice olhou amargamente enquan­to o coral tomou seu lugar na frente. Era como se todos estivessem olhando para ela. Ela não queria que todos vissem as enormes lágrimas que estavam caindo. Enquanto as lágrimas caiam ela pensava que simplesmente não era justo. Ela sem­pre tinha sido fiel em cada ensaio e lem­brava das longas horas que ela tinha en­saiado. Não simplesmente não era justo.

Irmã Glow, a mãe de Alice, olha para sua filha e viu as lágrimas caindo. De seus quatro filhos ela achava Alice a mais difí­cil de entender. Alice era uma moça muito simpática e meiga, mas até hoje não tinha recebido o Espírito Santo. Ela sempre ti­nha trabalhado muito, até mais do que os outros filhos, apesar dos outros todos terem o Espírito Santo e ela não. Desde que Alice nasceu, dezessete anos atrás, ela sempre orava todos os dias para Deus a encher com seu Espírito.

Quase três meses atrás o Pastor Reed tinha feito um anúncio que tinha sido difícil para Alice e sua família esquecer. "Devido ao crescimento da congregação nos últimos meses vamos ter que fazer algumas regras novas. De agora em dian­te todos os membros do coral terão que ser batizados em nome de Jesus Cristo e terão que ser cheios do Espírito Santo."

Alice não ouviu quase nada do que foi falado no restante do culto. Ela só sentou ali e pensa que não era justo. Agora três meses depois, sua dor e angústia ti­nha crescido tanto que parecia estar lhe consumindo a toda a hora. Ela lembrou como sua mãe tinha lhe falado para bus­car o Espírito Santo. Ela. muito chateada, disse para sua mãe que se agora não era digna de cantar no coral então nem de­pois seria.

Secretamente Alice pensava que era igual os outros jovens. Ela já tinha lido sua Bíblia toda três vezes e sabia muitos versículos de cor. E ela tinha cer­teza que era capaz de ensinar uma classe na Escola Dominical.

Olhando para o coral enquanto eles começavam o primeiro hino, Alice pensa: "Porque eles tinham que cantar este hino velho e manjado!" Depois ela fez uma pergunta para si mesmo. "Porque eu sou sensível para tudo que acontece ?".

Ela escuta enquanto eles cantavam o hino que diz. "Não sou digno, não sou digno, Senhor não sou digno." Eles esta­vam cantando o hino como uma mensa­gem para ela! Ela sabia que estava errada. Ultimamente ela pensava que cada ora­ção, cada hino e cada pregação era diretamente para ela.

Ela olhou a sua volta e viu que as pessoas estavam sendo abençoadas pelo hino. Alguns estavam chorando livremen­te com as lágrimas escorrendo sobre seus rostos. Alice desejava que o coral sen­tasse, mas eles continuaram cantando, parecia uma eternidade. Ela se sentia in­quieta mas diferente das outras vezes. Ela realmente não podia entender o que esta­va sentindo. Vez após vez aquelas pala­vras rolavam através da sua mente, "não sou digna". Quando o coral finalmente sentou a tensão saiu de Alice. Ela sabia que estava na hora do Pastor Reed pre­gar. Ela adorava a cantar e achava difícil se desligar da música, mas era muito fácil para simplesmente se desligar da pregação. Porém tinha algo diferente sobre este cul­to.

A pregação do Pastor Reed cha­mou sua atenção imediatamente. Ele fa­lou que antes que ele terminasse de pre­gar iria provar que todos estavam vesti­dos com trapos sujos e rasgados. Pareci­am um dos seus truques para chamar a atenção do povo e como sempre estava tendo sucesso. Alice tinha muito orgulho em ser caprichosa. Ela adorava se arrumar e se sentir bem limpa dos pés a cabeça. Como que o Pastor iria provar que todos estavam vestindo trapos sujos e rasga­dos?

Enquanto a congregação lia o tex­to Alice acha a sua primeira pista para sua pergunta, mas ela escuta atentamente en­quanto o Pastor Reed fala sobre os as­pectos não puros. A descrição do Pastor Reed se refletia na sua mente e se repro­duziu, sua atitude com ela mesma para com os outros e Deus. Ela viu que a descrição do Pastor, da sua vida não era agradável mas era.... sim como trapos sujos e rasga­dos. Se ela pensava que estava desconfortável durante o hino do coral, estava muito mais miserável agora. Como ela estava errada em sua atitude para com Deus, a igreja e com ela mesma.

"Todo esse tempo eu pensei que era tão digna, mas sou apenas uma suja pecadora ela pensou. Em sua mente ela ora. "Por favor. Senhor, me perdoe. Por favor, por favor me perdoe. E Senhor, eu quero receber o Espírito Santo. Por favor ajuda-me receber o Espírito Santo hoje a noite."

Quando a chamada para o altar foi teita, ela foi. Ela sabia que todos os seus sentimentos errados para com os outros tinham que sair antes que ela pudesse re­ceber o Espírito. Que alívio ela sentiu quando desabafou seu coração para Deus. Ela sentiu toda sua raiva sair. Ela sabia que Deus tinha lhe perdoado, e agora pedia para Deus a encher com o Espírito Santo.

Deus nunca falha em cumprir suas promessas e Ele não falhou com Alice naquela noite. Logo estava falando em uma língua celestial. Ela nunca sentiu-se tão limpa e tão pura em toda a sua vida. Depois veio uma inspiração e ela começa a cantar o hino do coral "Não sou digno". Ela sabia que ela jamais seria digna, mas a sua graça e misericórdia tinha feito dela uma filha de Deus. Ela também sabia que estava na hora de cantar.