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Se Os Bancos Falassem

No lado de fora, o vento era frio e violento. O sol brilhou através da janela do porão, onde os raios brincavam como fadinhas, e finalmente passou no velho banco da igreja.

É claro, que coisas feitas de madeira, metais ou pedra não tem memórias. Somente na memória das pessoas que estas preciosas lembranças continuam para sempre. Um banco da igreja não pode relembrar os velhos tempos. Ele não sente o gozo do louvor da casa de Deus.

Mas, se o banco da igreja pudesse lembrar o fato, ele contaria muitas maravilhas. Ele relembraria os primeiros dias quando o Pentecoste chegou, como a casa de Deus era reverenciada, e como Deus foi adorado. Usando a imaginação, vamos escutar a recordação do banco da igreja.

"O poder de Deus caía em todo o culto. Eu servia de lugar para muita gente, cada uma desejando algo mais de Deus. O povo tinha sede pela Palavra de Deus enquanto os homens ungidos pelo poder de Deus pregavam no púlpito. Os cânticos enchiam todo o espaço da igreja."

"Naqueles dias, eu sempre fui cheio. No verão e no inverno, se chovia ou sol brilhando, o povo era fiel para sentar em mim. Muitas vezes carregava o peso dos adoradores até tarde da noite. E embora estando escuro lá fora, parecia como um raiar de um novo dia, quando alguém recebia o Espírito Santo. Quando o povo de Deus louvava a Deus, eu fui colocado em muitos lugares."

"Os anos foram passando. O tempo tem uma maneira de mudar todas as coisas. Fui colocado numa sala de Escola Dominical, e uns novos bancos estofados foram comprados para o santuário. Os cânticos que ouvia de lá não parecia tão feliz como antes. Talvez era porque eu estava longe do santuário. Será que era por causa disto que o louvor do povo era tão diferente. As crianças que sentavam em cima de mim não eram felizes como antes. Algumas cravou seus nomes em cima de mim. O tempo ruim, era durante a época de férias, eu era quase vazio durante a hora da Escola Dominical. Esta era a razão de eu estar na Escola Dominical?"

"Alguns anos passaram, a igreja foi reformada, e eu fui colocado no porão. Agora novos bancos estão na Escola Dominical."

"Pela janela do porão posso enxergar os membros chegarem. Eu me perguntei, 'Onde está o gozo?' Eu escutei a música lá de cima, mas, não é como era antes. O povo não está louvando a Deus com todo o coração. Espero que o povo não tenha esquecido de Deus, como eles tem esquecido de mim. Eles tem perdido a plenitude que eles tinham quando sentavam em mim no princípio. Por que será que o povo é mais mundano agora? Será que eles tem esquecido o amor pelas almas perdidas? As vezes eu noto que eles vão embora às 21:00h. Para mim não é certo ir para casa tão cedo."

Lá fora, o vento frio bate. Mas, o sol brilha pelos vidros da igreja e descansa nos lindos bancos da igreja. E o mesmo sol, os raios dele, brilha pela janela do porão para o velho poeirado e solitário banco da igreja.