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Evangelismo: Ordem Ou Opção

 Como seres humanos, temos poderes extraordinários para ignorar ou esquecer aquilo que nos desagrada ou poderia nos provocar algum desconforto. Tendemos, portan­to, aplicar nossos poderes em cima de certos ensinamentos bí­blicos, por estes nos incomodar em nossos ninhos de conforto e conformidade.

Não existe aquele que despreze o conforto, que quer ser incomodado por fatos reveladores. Mas, hoje em dia temos os fatos batendo à nossa porta incessantemente. Fatos como, a co­nhecida necessidade espiritual do povo brasileiro. Não existe apenas um profundo grau de pecado, mas a grande maioria par­ticipa disto na procura de alguma satisfação na vida. A Bíblia diz que "o mundo jaz no maligno.'' Frequentemente ignoramos este fato por ser conformado com o mundo ou por não querer ver que nos causaria grande desconforto de mente e alma.

Por outro lado, se pudéssemos reconhecer a necessidade do mundo de verdade, seríamos obrigados de pensar em nosso envolvimento para endireitar o quadro clínico espiritual do mun­do. Sendo nós seres humanos, basicamente egoístas, tais pensa­mentos são penosos, pois queremos o nosso lazer, relaxe, etc. Queremos e tentamos aliviar nós mesmos das obrigações da co­missão de Jesus Cristo por edificar belos templos, colocar ho­mens carismáticos em nossos púlpitos e oferecer variedades de programas para atrair o povo para nossa igreja.

Estas coisas e outros semelhantes são valiosas e de im­portância no funcionamento geral da igreja. Mas, o importante é que precisamos alcançar o mundo com o evangelho. Esta é a única resposta que o mundo tem para seus males. À luz da Pala­vra de Deus, as outras seitas e religiões não tem como oferecer esperança para o povo que "jaz no maligno."

Isto torna a questão toda de evangelismo fato de abnega­ção pessoal nossa, e não apenas uma opção. Falhamos redonda­mente em não notar a forma imperativa do verbo "ir" que Jesus usou em Mateus 28:19 e Marcos 16:15. Os discípulos de Jesus entenderam as palavras do seu mestre, e considerando ele como mestre e portanto sujeitas às suas ordens. Não é para menos que eles logo saíram do Cenáculo, depois de receberem o Espírito Santo, para evangelizar o mundo de então.

O desígnio do Senhor era que cada Cristão se tornasse uma testemunha viva das suas obras. Veja Atos l:8. A promessa do Espírito Santo era real. Este poder foi dado para cada um, a fim de torná-las testemunhas equipadas com um poder sobrena­tural. Considerando este fato, é interessante notar que o ensinamento, prático e exemplo da Bíblia é que o falar em ou­tras línguas era a evidência inicial que o Espírito Santo veio ha­bitar no ser de cada discípulo. Deus não se satisfaz em ter apenas nossos pés, mãos, ouvidos, olhos, etc., mas quer também nossa boca e língua, para serem usados por Ele para evangelizar o mundo. Muitos pensam que o Espírito Santo foi dado para ape­nas nos proporcionar gozo e alegria. Estes, além de outras coi­sas, são sub-produtos desta experiência maravilhosa. Contudo a finalidade desta experiência era para tornar cada recebedor uma testemunha poderosa da pessoa e obra de Jesus Cristo.

Podemos acreditar que quem não usa o Espirito Santo para estes fins, está usando indevidamente este dom divino. Po­deríamos até nos tornar réus do dom de Deus, pois o buscamos com sinceridade, e Deus na sua bondade nos concedeu mas, se, em nosso egoísmo tornarmos a usar este dom somente para nos­sa satisfação pessoal.

Podemos ver em tudo isto o desígnio de Deus na sua obra em todos seus discípulos. A promessa do Espírito Santo não foi apenas para os doze apóstolos nem para cento e vinte no Cenáculo, mas foi uma promessa para Todos. (Joel 2:28-32, Atos 2:39)

Quando surgiu as grandes perseguições da Igreja Primi­tiva, o povão foi espalhado para todos os cantos do mundo de então. Atos 8:1,4. Aparentemente o mundo naquela época foi evangelizado na sua maioria pelos discípulos no nível não-ministerial e não pelos apóstolos. Oxalá que o povão de hoje pudesse seguir a ordem de Paulo quando disse "enchei-vos do Espírito" (Efésios 5:18) e sair para evangelizar como fizeram nossos antepassados Pentecostais. Muito pensam, infelizmente, que esta obra é exclusivamente do ministério. Rejeitamos esta idéia à Luz da Palavra de Deus. Se isto fosse a verdade porque, então Deus dá o Espírito Santo para aqueles que não fazem nem farão parte do ministério, visto que é crido que o pastor foi em­pregado para fazer toda a obra de evangelismo, ensinamento, pregação e etc.?

Algum tempo atrás foi feita uma pesquisa entre mem­bros de igrejas evangélicas, e em uma certa localidade; com o objetivo de atingir um critério na pergunta:

"COMO O POVO ESCOLHE UMA IGREJA?"

Perguntou-se a cada pessoa: "Por que você escolheu a Igreja, na qual agora você está adorando a Deus?

AQUI ESTÃO AS RESPOSTAS:

9% Por causa da beleza arquitetônica da igreja.

14% Por causa da filiação prévia denominacional.

18% Por causa da proximidade às suas casas.

3% Por causa do homem no púlpito.

22% Pela consideração algumas pessoas que estão na igreja.

34% Porque vizinhos ou amigos os convidaram para a igreja.

É fácil ver por esta pesquisa que as pessoas não vão à igreja porque o pastor é bonito, carismático ou um excelente orador, nem porque o prédio é grande, tendo o perto de suas casas. Nem o fato de ter pessoas de renome atrai a maioria a sua igreja. O que traz pessoas a sua igreja é o fato de você, como vizinho ou colega de serviço, tendo a devida estatura cristã, ve­nha a recomendar de experiência própria, Jesus Cristo que lhe salvou, a igreja onde você o achou, e o pastor que foi uma ferra­menta ungida nas mãos de Deus para lhe transmitir a palavra da verdade. Faço compras em certos lugares pois alguém as reco­mendou. Tanto negociar com certas pessoas, adquiro serviço de outras porque alguém os recomendou. Você pode estar casado com alguém por­que aquele "alguém" foi recomendado para você. Se isto é a maneira de estabe­lecer relações humanas, quanto mais é a maneira de relações entre um pobre homem pecador e seu Deus e criador.

Devemos por as nossas mãos a tarefa que está a nossa frente. Primeiro, enchendo-nos do Espírito Santo. Segun­do, aceitando a tarefa de evangelismo como obrigação pessoal e não como opção. A pátria brasileira precisa de todos fazendo seu melhor. Os poucos hoje que se encorajam a enfrentar o desafio de evangelismo no Brasil não bastam para completar a obra que Deus ordenou que fosse completa até sua volta. Vamos en­corajar cada membro das nossas igrejas para se tornar testemunhas de Jesus Cris­to pelo poder do Espírito Santo, até que temos uma mobilização total como hou­ve no livro de Atos. Vamos ouvir a OR­DEM de nosso MESTRE! "Ide... Eis que estou convosco todos os dias até a con­sumação dos séculos." Mateus 28:19,20

Philip D. Walmer