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Páscoa 7

Número 7 - Contentar O Povo

 

            "Mas Pilatos lhes perguntou: Que farei, então, deste a quem chamais o rei dos judeus? Eles, porém, clamavam: Crucifica-o! Mas Pilatos lhes disse: Que mal fez ele? E eles gritavam cada vez mais: Crucifica-o! Então, Pilatos, querendo contentar a multidão, soltou-lhes Barrabás; e, após mandar açoitar a Jesus, entregou-o para ser crucificado." (Marcos 15:12-15)

            Enquanto eu lia esta passagem, minha atenção foi levada à parte do versículo quinze que diz: "... querendo contentar a multidão..." Este devocional está sendo direcionado mais para aqueles que atuam no ministério do que para o povo em geral, pois vejo que muitos ministros hoje são receosos, ou podemos dizer, tremendo de medo, para declarar a verdade da Palavra de Deus. Os membros das igrejas também tendem em seu trabalho de evangelização a dizer apenas o que agrada, sem, contudo, dizer a franca verdade bíblica.

            Seja de um ministro da Palavra ou de um membro envolvido no evangelismo de pessoas sem Deus, não é necessário condenar pessoas ou ser crítico da vida que a pessoa vive, no entanto, é absolutamente necessário transmitir com amor e preocupação pelas almas das pessoas exatamente o que a Bíblia declara, enquanto não se vangloriando de ser cristão, contudo, deixando claro que também era apenas um pecador salvo pela graça de Deus.

            O que me preocupa, e o que deve preocupar os verdadeiros cristãos é a tendência da parte de muitos ministros nestes dias de pregar apenas o que agrada as pessoas. Acho que uma visita ao Antigo Testamento seria de grande benefício para muitos nestes dias. Aqueles profetas chamados por Deus foram encarregados de entregar mensagens nada agradáveis para seus ouvintes. Não eram mensagens prometendo bênçãos, riquezas e bonança, contudo mensagens duras e contundentes que chamavam o povo para o arrependimento antes de ser derramada a ira de Deus. Estes profetas foram duramente criticados, perseguidos e mortos.

            Hoje, parece que a grande parte dos ditos ministros busca a popularidade; procuram agradar o povo para alcançar posição de honra até entre os mundanos, enquanto desconsideram que terão de prestar contas a Deus, supremo juiz que julga com retidão absoluta. Ouça Paulo que tanto sofreu por pregar o que Deus o mandava pregar sem uma vez considerar as consequências da parte dos homens: "Porventura, procuro eu, agora, o favor dos homens ou o de Deus? Ou procuro agradar a homens? Se agradasse ainda a homens, não seria servo de Cristo." (Gálatas 1:10) Se o intento de um ministro é de agradar as pessoas e as multidões e não a Deus, conforme o versículo acima, ele não é servo de Deus. Como, então, ele espera ser recompensado e coroado com fiel profeta de Deus?

            Para os membros de igrejas digo que não devem criticar o seu pastor se ele prega contra o pecado. Deve, aliás, agradecer a Deus que tem um ministro que ouve de Deus e prega o que Deus o unge para pregar. Deve orar por ele para continuar a ter a coragem de agir corretamente de acordo com a chamada que recebeu de Deus.

            Que a popularidade não seja a parte que os ministros procuram, contudo a aprovação de Deus. Não são poucos os ministros que deixaram de pregar a mensagem da Palavra, e, portanto, as igrejas estão cheias de fornicação, adultério, homossexualismo, lesbianismo e outros males numerosos demais para mencionar, entre os quais são desvios tão grossos que tenho vergonha de mencionar. É possível agradar o povo com mensagens que não ofendem. Pode ser possível criar uma congregação grande que proporciona uma renda excelente, mas certamente não vai agradar a Deus e isto não resultará na salvação do povo, nem do ministro que se faz preso pelos benefícios terrestres. A voz do povo, não é a voz de Deus. A voz de Deus está na Sua Palavra, pela qual todos hão de serem julgados, tanto os ministros quantos os membros. Vamos dar voz à verdade, toda ela, e não à popularidade e aprovação do povo.

Philip D. Walmer