Não Cobiçarás
As duas palavras do título deste devocional fazem parte do último dos dez mandamentos que Deus deu para toda a humanidade. Mas, há mais que faz parte deste mandamento. Veja todo o mandamento: "Não cobiçarás a casa do teu próximo. Não cobiçarás a mulher do teu próximo, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu jumento, nem coisa alguma que pertença ao teu próximo." (Êxodo 20:17) A leitura cuidadosa deste versículo revela que o mandamento em relação à cobiça refere-se exclusivamente aos pertences de outras pessoas. Faço este esclarecimento para que você possa entender a próxima passagem bíblica que eu quero usar para nossa meditação de hoje.
"Entretanto, procurai, com zelo, os melhores dons." (I Coríntios 12:31) Neste versículo a Bíblia na língua inglesa usa o verbo "cobiçar" no lugar do verbo "procurar" usado na bíblia portuguesa. De acordo com o dicionário, a palavra "cobiçar" significa: Anelar, ansiar, desejar, ambicionar, desejar imoderadamente.
Existem pessoas que desejam de ser usadas com os dons do Espírito. Mas antes de ser usada com um dom que pertence ao Espírito, a pessoa necessita ter realmente recebido o Espírito. Não somente deve poder apontar para uma experiência recebida algum tempo no passado, mas está atualmente cheia do Espírito. Também, o Espírito quer usar pessoas com estes dons espirituais, no entanto, há muitos que querem usar verdadeiramente ou por fingimento operar os dons apenas para glória própria. Deus não dá seus dons para engrandecer os vasos por meio dos quais Ele opera, mas quer beneficiar a obra da Igreja e as pessoas que Dela fazem parte.
Paulo falou da grande importância dos Dons do Espírito na Igreja e seu trabalho espiritual, e disse claramente que o cristão cheio do Espírito deve almejar ser usado com estes dons, por serem eficazes na obra da Igreja. Mas na mesma referência acima, na sua continuação, Paulo disse: "... eu passo a mostrar-vos ainda um caminho sobremodo excelente." Em outras palavras há algo superior aos dons, algo melhor do que ser usado por Deus na operação dos dons, e isto ele aborda no capítulo treze. Veja e leia estas palavras, lembrando-se de que o capítulo doze trata: "Ainda que eu fale as línguas a dos homens e dos anjos, se não tiver amor, serei como o bronze que soa ou como o címbalo que retine. Ainda que eu tenha o dom de profetizar e conheça todos os mistérios e toda a ciência; ainda que eu tenha tamanha fé, a ponto de transportar montes, se não tiver amor, nada serei. E ainda que eu distribua todos os meus bens entre os pobres e ainda que entregue o meu próprio corpo para ser queimado, c se não tiver amor, nada disso me aproveitará. O amor é paciente, é benigno; o amor não arde em ciúmes, não se ufana, não se ensoberbece, não se conduz inconvenientemente, não procura os seus interesses, e não se exaspera, não se ressente do mal; não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor jamais acaba; mas, havendo profecias, desaparecerão; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, passará..." (vv. 1-8)
Pode almejar ser usado por Deus, se é que tem o motivo correto. Se você se acha ser o tal na sua igreja, veja em primeiro lugar se tem o verdadeiro amor de Cristo habitando plenamente na sua vida de acordo com I Coríntios 13.
Philip D. Walmer