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O Dízimo 2

Número 2

 

            No artigo anterior eu explanei como Deus lidou com os homens, a sua criação, em seis dispensações diferentes, faltando apenas o término desta Dispensação da Graça, e a sétima que é a Dispensação do Milênio, que ainda está por vir. O conhecimento integral destas dispensações bíblicas ajudará o leitor e estudante da Palavra de Deus entender melhor as ações de Deus em relação aos homens, bem como aquilo que Deus exigiu dos homens em cada dispensação.

            Em relação ao dízimo que alguns alegam ser da Dispensação da Lei, eles erram redondamente, deixando claro que não têm entendimento destas várias épocas distintas. Conforme a Palavra de Deus, Abraão, que era da Dispensação da Promessa, que antecedia a Dispensação da Lei, dava dízimo a Melquisedeque, rei de Salém. (Gênesis 14:18, Hebreus 7:1-2) Fica, então comprovado que o dízimo não iniciou na Dispensação da Lei, e portanto não é da lei. A prática de dar o dízimo, aparentemente iniciou-se com Abraão que antecedia a Dispensação da Lei por em torno de 450 anos.

            A alegação que Jesus não ensinava acerca do dízimo é também um erro. Deve ser lembrado que não era necessário para Jesus ensinar acerca disto, pois já era a prática comum entre os religiosos da época. De fato, estes religiosos eram rigorosos em relação ao dízimo, dando de até das menores hortaliças. Uma leitura cuidadosa das duas referências bíblicas abaixo mostrará claramente que Jesus não condenou os religiosos por dar seu dízimo, e não disse que o dízimo foi dispensado. Lembra-se que Jesus estava por terminar a Dispensação da Lei com Sua morte e dar início da Dispensação da Graça com o derramamento do Espírito Santo poucos dias depois.

            Um dos grandes erros que noto entre supostos religiosos entendidos da atualidade é que tendem alegar que o Antigo Testamento não tem mais validade nesta Dispensação da Graça. Nisto erram grandemente. O problema é que estas pessoas não sabem diferenciar entre a Lei Cerimonial e a Lei Moral. Jesus Cristo veio para cumprir a Lei Cerimonial, tornando inválido o oferecimento de sacrifícios de animais e o derramamento de sangue animal, que era apenas uma sombra do sangue de Jesus Cristo que era o único sacrifício permanente aceitável a Deus.

            Quando pessoas falam em dispensar a Lei Moral do Antigo Testamento, estão dizendo que até os Dez Mandamentos não tem mais validade. Necessitamos ainda a Lei Moral que Deus deu por intermédio dos seus santos profetas. "Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra." (II Timóteo 3:16-17)

            Nota que: "Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil..." que é "útil" e que sem Ela ninguém poderia ser "... perfeitamente habilitado para toda boa obra."

             Leitor, você deve entender que os Apóstolos e outros pregadores do primeiro século da Igreja, isto é, da Igreja Primitiva não tinham o Novo Testamento, contudo, apenas o Antigo Testamento do qual pregavam com nitidez, perfeição e unção a salvação e Evangelho.

            Referindo-se ao que hoje chamamos de Antigo Testamento, Pedro escreveu o seguinte: "... porque nunca jamais qualquer profecia foi dada por vontade humana; entretanto, homens [santos] falaram da parte de Deus, movidos pelo Espírito Santo." (II Pedro 1:21)

Philip D. Walmer