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A Passagem

            Hoje, em vez de lamentar a passagem de Claudio da Silva, celebramos a vida e a fé dele. Como o Apóstolo Paulo, o percurso da sua vida foi drasticamente mudado quando ele se encontrou com O Senhor da Glória na estrada da vida. A mudança foi radical, mas totalmente maravilhosa. De um homem que só vivia para satisfazer os desejos próprios, tornou-se homem que vivia para servir aos outros e agradar Seu Mestre que o chamou das trevas para andar na maravilhosa luz do Evangelho.

            Na era do Apóstolo Paulo, a igreja na cidade de Tessalônica, como em outras localidades, sofria a grande perseguição que resultou na morte de vários membros. É claro que uma tristeza veio a pairar sobre os sobreviventes, e por isso Paulo escreveu as palavras seguintes: "Não queremos, porém, irmãos que sejais ignorantes acerca dos que já dormem, para que não vos entristeçais como os outros que não têm esperança. Porque, se cremos que Jesus morreu e ressurgiu, assim também aos que dormem, Deus, mediante Jesus, os tornará a trazer justamente com ele." (I Tessalonicenses 4:13-14)

            Para os que não têm a fé de Jesus Cristo, a morte é final, significando o fim de tudo que conhecíamos, como familiares, amigos e irmãos de fé. Mas, para os que têm a "viva esperança" a morte é apenas um interlúdio durante o qual se espera para ser coroado com a vida eterna na presença de Deus. Paulo entendeu estas coisas, estes mistérios, e declarou: "Temos, portanto, sempre bom ânimo, sabendo que, enquanto estamos presentes no corpo, estamos ausentes do Senhor... temos bom ânimo, mas desejamos antes estar ausentes deste corpo, para estarmos presentes com o Senhor. (II Coríntios 5:6 e 8)

            Foge, talvez, de nossa compreensão, mas Davi teve, pelo Espírito Santo, uma compreensão destas coisas e as revelou a nós como estas palavras: "Preciosa é à vista do Senhor a morte dos seus santos." (Salmos 116:15) Isto é porque o Senhor ama os que o servem com sinceridade, honestidade e fidelidade, e finalmente os quer ainda mais perto Dele e os leva de nós que, porventura não sabíamos os honrar devidamente.

            Hoje lamentamos a partida deste homem para sua recompensa eterna, pois sentiremos sua falta. Ele era viúvo de uma santa de Deus, pai de alguns, e irmão de outros. Servia também de avô e tio, no entanto para a maioria de nós era irmão de fé. Havemos de sentir grandemente a falta de suas orações por nós. Por longo tempo ele habitualmente se apresentava na igreja as 07:00 horas onde passou uma hora orando e intercedendo por familiares, irmãos de fé e particularmente pelos ministros do Evangelho. Só Deus sabe o quanto valeu estas fiéis orações.

            Agora perguntamos quem há de preencher a vaga deixada por nosso querido e fiel irmão? Quem vai assumir a responsabilidade que ele abraçou com tanta vontade e fé? Quem há de orar agora pelos perdidos como ele fazia diariamente? Quem há de sustentar os ministros com suas orações como ele fazia. Será que esta vaga será preenchida? Diante dos grandes desafios da nação de Israel, um tipo (modelo) da igreja, Ezequiel declara: "Não subistes às brechas, nem fizestes uma cerca para a casa de Israel, para que permaneça firme na peleja no dia do Senhor." (Ezequiel 13:5) Depois ele elabora no capítulo 22, versículo 30: "E busquei dentre eles um homem que levantasse o muro, e se pusesse na brecha perante mim por esta terra, para eu não a destruísse: porém a ninguém achei."

            Espero hoje que há entre os ouvintes e leitores desta mensagem um ou mais soldados do Senhor que tomarão um passo para frente e dizer: "Eis-me aqui, envia-me a mim." (Isaias 6:8)

Philip D. Walmer