Um Retrato de Jesus
Quando Márcia estava com dois anos, certo dia veio para mim toda orgulhosa e me apresentou um desenho.
Notei que a figura retratada era a de um homem calvo, e o nome escrito embaixo iniciava-se com as letras J e E. Como não estivesse prestado muita atenção, erroneamente achei que a pessoa no retrato fosse eu. (Contudo, não entendi por que ela me fizera com três olhos. Logo em seguida, porém compreendi que, quando uma criancinha de dois anos está olhando de baixo para cima, para um homem calvo, tem a impressão de que o nariz se encontra entre os olhos.)
Então olhei de novo para o nome escrito embaixo do desenho. Jesus. Quase predi o fôlego. A sensação que tive foi a de ter levado um murro na boca do estômago. Então era assim que ela imaginava Jesus - igual a mim! Na mesma hora me questionei se eu me parecia mesmo com ele!
Não. Não tenho de assumir o lugar de Deus na vida de meus filhos. Entretanto, como Jesus, tenho de transmitir a graça do Senhor à minha família. Que tipo de Jesus estou sendo para meus filhos? No desempenho de meu papel de pai, será que sou um tipo de Cristo que lhes comunica mensagens (verbais ou não), dizendo-lhes:
"Ainda não estou satisfeito!"
"Você tem algum problema!"
"Precisa esforçar-se mais!"
Ou será que estou refletindo para eles um Jesus cuja atitude é de amor incondicional, que sempre lhes lembra de que têm muito valor e lhes proporciona o apoio moral de que precisam para viver?
O amor que Deus tem para nós é do tipo que vai até a cruz. Seria bom, vez por outra, pararmos um pouco para pensar nisso.