Buzina
"A alma generosa prosperará, e quem dá a beber será dessedentado." (Provérbios 11:25)
Refletindo sobre amizades, percebi quão grata me sinto por ser mulher. As mulheres parecem experimentar níveis mais profundos de amizade do que a maioria dos homens. Há conforto e paz quando partilhamos sentimentos e lutas íntimas com outra mulher. Embora os homens judeus nos tempos antigos orassem diariamente: "Senhor, eu Te agradeço por não ter nascido mulher", eu agradeço justamente por ter nascido mulher.
Que dom precioso é a amizade! Deus fez com que ansiássemos pela amizade dEle e desejássemos a companhia humana e a afinidade de espírito. Recentemente, uma amiga minha disse: "Heide, você faz um trabalho pastoral quando me visita". Ela é professora no primeiro grau e eu gosto de ocasionalmente dar uma passada na escola dela após o término das aulas, só para conversar um pouquinho. Nós duas somos esposas de pastor; estamos acostumadas, portanto, a dar mais do que a receber. Eu a compreendi claramente, quando disse: "Com frequência visito outras pessoas, mas você vem e me visita". A bênção que eu levo a ela, volta imediatamente para mim, porque no momento em que ela me vê, seu rosto se ilumina e os olhos dela brilham. Não tenho dúvidas de que essa amiga gosta muito de mim.
A amizade traz significado para a vida. Com a fragmentação cada vez maior da nossa sociedade e dos lares, é hora de cultivar e manter amizades. O mundo lá fora é frio e competitivo. Precisamos das quentes labaredas da amizade para banir o ar gélido, para trazer conforto e o senso de aceitação.
Enquanto fazia o curso superior, cultivei amizade com uma de minhas colegas, que morava a alguns quarteirões de distância. Todos os dias, a caminho de seu trabalho, Pat tocava a buzina do seu carro quando passava por minha casa. Mesmo com as janelas fechadas nos dias de frio e neve, eu distinguia o "biii-biii" e aquilo me aquecia o coração. Coisa simples, mas constituía um sinal de que eu era lembrada e apreciada. Sendo que a casa de Pat não ficava no trajeto que eu normalmente fazia, pensei numa forma de mostrar que eu também me lembrava dela. Meu marido teve uma idéia brilhantemente boba. Preparou uma placa de madeira e sobre ela pintou a expressão Biii-biii". Certa noite fomos furtivamente à casa dela e fincamos a placa no jardim. Agora ambas nos animávamos com essas lembranças tangíveis.
Coisas bobas, coisas simples, mas é delas que nos lembramos e rimos anos mais tarde. Não precisamos de dinheiro para mostrar que estimamos alguém. O dinheiro não pode comprar um ouvido interessado, um coração compreensivo ou maneiras simples e até doidas de revelar apreço. Vá em frente; planeje neste dia uma forma de dar uma buzinadinha para alguém que você ama.
Heide Ford
Pensamento do Dia: "Carinho é o óleo que lubrifica as engrenagens da vida."