"Eu Sei em Quem tenho Crido"
Das pessoas que residem no interior de nosso estado, a maioria viaja por vias terrestres. Como muitos, eu sou daqueles que viaja de ônibus, ou nos carros de amigos que bondosamente me dão caronas. Contudo, enquanto desfruto dessa experiência aprendo alguma coisa.
Não faz muito tempo, numa viagem que realizei, que fiz a seguinte observação: depois de uma subida, a estrada asfaltada tinha uma reta. Uma lata de refrigerante vazia estava no meio dela. Quando os carros passavam, a velocidade a puxava. Quando voltavam, da mesma forma. Enfim, a lata estava à mercê da sorte. Ia para um lado, voltava para o outro. Mas, como tudo tem fim, finalmente um carro passou sua roda dianteira em cima da lata e cessou toda aquela brincadeira.
Nesta vida encontramos pessoas idênticas àquela lata. Alguém lhes diz alguma coisa, elas aceitam. Daí a pouco outras pessoas lhes apontam outro caminho, e lá vão elas também. Não têm firmeza. São indefesas. Ocorre o perigo de perecer.
Façamos nossas as palavras cheias de firmeza e de convicção pronunciadas por Paulo: "eu sei em quem tenho crido".
Também tive este mesmo pensamento certa manhã, quando acordei cedo para dar um passeio no cais. Ao passar pelos apartamentos, notei que à direita de cada porta havia uma prateleira envidraçada que dava para fora. Cada morador havia se decidido a usar a prateleira de um modo diferente. Uma apresentava uma coleção de conchas. Uma tinha plantas com folhas verdes de cera. Outra mostrava uma trepadeira amarela, quase morta, coberta de poeira. Uma estava vazia. Uma daquelas janelas brilhava como uma coroa de pedras preciosas, e parei para pensar nos vasos de cores pastéis que se alinhavam nas prateleiras. Parece-me que Deus dá a cada um de nós uma dessas janelas. Lá mostramos uma parte de nossa fé. O que as pessoas que passam vêem quando percebem o meu agir? Vazio? Uma planta empoeirada morrendo por causa da amargura? Ou vêem alguma coisa bonita que as faz parar e refletir, levando-as para mais perto de Deus?