Perfeita Lei da Liberdade - 2
Número 2
"Mas aquele que considera, atentamente, na lei perfeita, lei da liberdade, d e nela persevera, não sendo ouvinte negligente, mas operoso praticante, esse será bem-aventurado no que realizar." (Tiago 1:25)
Há regras, regulamentos e leis em todo lugar. Empresas estabelecem regras rígidas para seus funcionários todos. É bem provável que nem todos os funcionários concordam com as regras e orientações, no entanto, para trabalhar na empresa e ganhar seu salário e sustento, é necessário, podemos dizer obrigatório, que estas regras sejam acatadas. Muitas empresas obrigam os funcionários pretendentes a fazer exame de sangue para esclarecer se o candidato é ou não é usuário de drogas. Caso, o exame seja positivo para drogas, o candidato é descartado. Atualmente muitas empresas submetem seus funcionários a exames esporádicos, sem aviso prévio, e caso o exame acusa o uso de drogas, o funcionário é dispensado. Em muitos casos o uso de drogas é feito na privacidade do lar ou outro ambiente fora do serviço, no entanto o efeito das drogas pode colocar em risco a vida de outros funcionários ou a qualidade da fabricação de produtos, que repercute desfavoravelmente nos produtos da firma. Neste caso é fácil ver como a lei é perfeita, favorece o próprio funcionário, seus colegas, e a saúde financeira da empresa. As regras e leis dão liberdade para todos.
Certa vez, um homem que gostava muito de usar barba e bigode pediu emprego em uma empresa que lidava com produtos alimentícios. O departamento pessoal gostava muito do candidato, mas o cabelo facial era uma questão séria. Foi perguntado ao candidato se ele raparia a barba e bigode se fosse admitido como funcionário. Querendo muito o emprego que pagava bem, ele concordou a rapar a face e foi empregado.
É interessante que quase todos aceitam estas regras e leis no ambiente de emprego por qualquer que seja a razão, no entanto frequentemente batem pé quando os administradores de uma hierarquia religiosa procuram implantar regras de comportamento para seus membros e especialmente para as lideranças. Eles alegam liberdade, que Cristo os libertou e ninguém tem o direito de estabelecer regras que os impediria de fazer tudo que querem. Interessante, não é? E, como na empresa, as regras da igreja são normalmente para o bem de todos, para que a igreja seja conhecida como a real noiva de Cristo, e não uma entidade qualquer que se reúne apenas em benefício próprio.
Não é apenas uma vez que eu ouvi alguém dizer que não necessitamos mais o Antigo Testamento, pois é antigo, fora de modo, não aplicável aos dias de hoje e que foi válido somente para aquela época. É assim mesmo? Acontece que os Dez Mandamentos fazem parte do Antigo Testamento. Podemos, então, esquecer-se deles e fazer o que queremos? Podemos matar, mentir, adulterar, cobiçar, adorar deuses estranhos, desonrar os pais e etc.? Podemos usar medidas desonestas, pesos enganosos, ludibriar outros, desonrar dividas e etc. Veja bem, a lei é para todos e beneficia a todos, e foi por isso que Deus estabeleceu as leis.
Contudo, um dos problemas que ocorre frequentemente entre pessoas crentes, é a falta de leitura da Palavra de Deus, a falta de instrutores aptos da Palavra, e/ou pastores motivados por sórdida ganância que enganam o povo pobre de inteligência própria, preguiçosos para procurar um entendimento próprio da Palavra, todos que podem ser levados facilmente para acreditar em doutrinas que realmente não existem. Isto não quer dizer que a lei não é boa, pois ela é.
Outro problema sério é que muitos não podem discernir entre a lei moral e a lei cerimonial, e isto faz uma diferença muito grande na interpretação das Sagradas Escrituras. Jesus veio e cumpriu com sua vida, morte, sepultamento e ressurreição toda a lei cerimonial do Antigo Testamento. Por isso não oferecemos mais sacrifícios de ovelhas, bodes, pombas e todos os outros demais que foram demandados do povo de Deus na era da lei do Antigo Testamento.
Jesus, no entanto, não aboliu a lei moral. Todos que abraçam o Evangelho de Cristo, que se tornam crentes, e recebem dentro dos seus seres o Dom do Espírito Santo devem ser governados pelo poder do Espírito que neles habita. Quando o Espírito é permitido fazer Sua obra, quando a carne do ser humano é totalmente dominada pelo Espírito, este corpo que na era da lei do Antigo Testamento lutava para agradar a Deus o fará automaticamente pelo poder do Espírito. O segredo é de cada pessoa se entregar de alma, espírito, corpo e mente ao poder do Espírito, e assim a luta termina. A lei que uma vez parecia penosa se torna prazerosa, por que resulta em bênçãos, paz, tranquilidade, decisões feitas corretamente, e uma abstenção do pecado e iniquidades que aborrecem a Deus.
Não é que não estamos sujeitos mais às leis de Deus, que estamos livres para fazer o que bem entendemos, mas que o Espírito que em nós habita e que deve nos controlar, produz o fruto agradável a Deus automaticamente, isto é sem qualquer esforço a mais além de se manter cheio do Espírito. Veja em Gálatas 5:22-24 como o fruto que Deus deseja de cada membro da Sua Igreja é produzido pelo Espírito e não por obediência às leis divinas ou humanas. "Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio. Contra estas coisas não há lei. E os que são de Cristo Jesus crucificaram a carne, com as suas paixões e concupiscências." Quando o Espírito habita plenamente em uma pessoa, há automaticamente um desejo de agradar a Deus e não pender para o lado da carne e suas concupiscências. Seu maior desejo é agradar Àquele que a "chamou das trevas para andar na sua maravilhosa luz".
Não, não estamos mais sujeitos às leis cerimoniais que Deus obrigou o povo de Israel a obedecer, contudo somos sujeitos à outra lei, que é a lei do Espírito que habita no cristão. Mas, como já declarei esta lei não é penosa, nem difícil de obedecer, pois é simplesmente o produto de ser cheio do Espírito.
Quando uma pessoa não tem o Espírito Santo preenchendo seu ser, ou que tenha deixado com que o Espírito afastar-se por causa da contaminação do seu vaso pelo pecado, a pessoa volta a produzir os abrolhos, pecados, que anteriormente produziu por ser carnal. Estas coisas Paulo descreve com clareza em Gálatas 5:19-21: "As coisas que a natureza humana produz são bem conhecidas. Elas são: a imoralidade sexual, a impureza, as ações indecentes, a adoração de ídolos, as feitiçarias, as inimizades, as brigas, as ciumeiras, os acessos de raiva, a ambição egoísta, a desunião, as divisões, as invejas, as bebedeiras, as farras e outras coisas parecidas com essas. Repito o que já disse: os que fazem essas coisas não receberão o Reino de Deus." (NTLH)
Ainda estamos sujeitos a uma lei, mas é a lei do Espírito que é prazerosa e repleta de recompensas eternas.
Philip D. Walmer