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O Fogo Se Alastra

O fogo não apenas ilumina, não apenas purifica, não apenas aquece, o fogo também se alastra.

O fogo ou se propaga ou se apaga. O fogo ou cresce ou fenece. Ou o fogo arde ou vira cinza.

Muitas vezes agimos como as pessoas do meio rural, que quando vão queimar uma roçada ou uma pastagem, fazem acero para proteger a cerca ou evitar que o fogo se alastre para outras pastagens. Cuidadosamente fazem o acero; limpam a terra, retiram todos os gravetos secos, de forma que não haja nada que sirva de combustível para o fogo. E assim, quando o fogo chega ali, é impedido de passar adiante.

Nós também costumamos fazer acero ao redor de nossa vida. O fogo do Espírito vem soprando, vem crepitando, vem-se alastrando, vem produzindo efeitos gloriosos, mas, quando se acerca de nossa vida, encontra o acero e se apaga. O acero é o pecado. O pecado não serve de combustível para o fogo do Espírito, ao contrário, ele o apaga.

Quando o Rev. Erlo Stegen esteve no Brasil, disse algo que me impressionou, que o Espírito de Deus passa à procura de um povo preparado para o avivamento; se determinado povo não está sedento, o Espírito Santo segue adiante, a outro povo que esteja sedento e preparado. Isaías diz que o derramamento do Espírito é para os sedentos (Isaías 44:3). O capítulo 5 de Cantares fala do desejo do esposo em ter comunhão profunda e íntima com a esposa. Mas ela deixa passar a oportunidade da visitação, e responde:

"Já despi a minha túnica, hei de vesti-la outra vez? Já lavei os meus pés, tornarei a sujá-los?"

Também o Senhor nos procura, mas nós não o desejamos. Damos desculpas, fugimos dele e perdemos a bênção da sua intimidade.

A esposa, então, resolveu atender ao esposo, mas veja o que diz o versículo 6:

"Abri ao meu amado, mas ele se retirara e tinha ido embora; a minha alma se derreteu, quando antes ele me falou; busquei-o, e não o achei; chamei-o, e não me respondeu."

O tempo da sua oportunidade havia passado, o esposo já havia ido embora.

Precisamos aproveitar o momento que estamos vivendo. Se o nosso coração se endurecer se começarmos a dar desculpas o esposo da nossa alma pode ir adiante procurar um povo que esteja disposto a ter intimidade com ele.

Que Deus possa inflamar a nossa alma! Que o fogo impetuoso do Espírito possa arder em nosso coração! Que as cinzas da frieza e do comodismo possam ser sopradas para longe e que esse fogo poderoso possa espalhar suas labaredas e alastrar-se em nós e através de nós. Que sejamos gravetos secos e pegar fogo, porque depois que o fogo pega nos gravetos secos, até lenha verde começa a arder.

Se cada um de nós se tornar um graveto seco, inflamado pelo fogo de Deus (Isaías 64:2), esse fogo vai se espalhar.

O que leva, o que espalha as chamas do fogo é o vento. O vento e o fogo são símbolos do Espírito Santo (Atos 2:2, 3). O vento e o fogo são as duas maiores forças da natureza. Por isso, o vento e o fogo se uniram no pentecoste, naquele poderoso avivamento em Jerusalém. Se cada um de nós pegar fogo, o Espírito de Deus soprará as chamas para outros. Se nos tornarmos fachos do fogo de Deus a incendiar outras vidas, coisas grandes e tremendas acontecerão.

Esse fogo precisa se alastrar.

Avivamento não é emocionalismo. Avivamento não é culto extático. Avivamento não é mudança litúrgico-doutrinária.    

Avivamento é volta para Deus. Avivamento é o sopro do Espírito. Avivamento é o fogo de Deus deixando a seara em chamas.

Avivamento sempre desemboca em poderosa evangelização. Avivamento sempre desagua em missões. Foi assim com os morávios.

Em vinte anos, eles enviaram mais missionários para o mundo do que todo o restante da igreja o havia feito em duzentos anos.

Com o avivamento a igreja cresce, a seara pega fogo, os corações se derretem diante do Deus todo-poderoso.

Como me entristece ver crentes com medo do avivamento, ou contrários e até resistentes a ele.

Avivamento não é fuga da Bíblia, é volta para a Bíblia. Avivamento não é remoção dos marcos, é volta às origens. Avivamento é ortodoxia, é ortopraxia, é piedade; é viver certo com Deus; é vida de poder no Espírito Santo; é intimidade com Deus; é evangelização poderosa; é missões mundiais; é vida cristã autêntica.

Numa pequena cidade, uma pequena igreja pregava havia algumas décadas e nada de novo acontecia ali. Os pecadores não tinham o menor interesse por aquela igreja, porque não viam nada de novo e nada de extraordinário acontecer com aquele povo. Os crentes levavam uma vida superficial, medíocre e sem unção. E ao lado da igreja morava um ateu que nunca fora atraído por ela.

Certo dia, porém, a cidadezinha acordou em pânico, porque aquela igreja pegara fogo, literalmente. O templo estava ardendo em chamas. Voavam cinzas por todo lado, e o povo da cidade foi convocado para ajudar a apagar o incêndio. E no meio da multidão lá estava o ateu jogando água com um balde. De repente, sua vizinha, membro da igreja, muito surpresa, disse-lhe:

- Mas o senhor aqui? É a primeira vez que o vejo nesta igreja! E o ateu de pronto respondeu:

- Mas também é a primeira vez que esta igreja pega fogo!

Se quiser atrair os pecadores, a igreja precisa pegar fogo! Se quisermos que as labaredas do Espírito Santo se alastrem, precisamos ser batizados com fogo.

Deixa o fogo arder dentro de você. Não apague este fogo que nos dias de cultos especiais acenderam em você. Com este fogo ilumine outros que precisam sair das trevas. Tenha comunhão com Deus e com os irmãos através da sua luz. O fogo do Espírito te ilumina e te purifica e também te aquece para que através de você se alastre para outros cantos secos. Deixa este fogo alastrar-se através de você. Não esqueça, do poço foram tirados todos os entulhos e agora está pronto para jorrar água limpa. Lembre-se o avivamento pode passar se você não der lugar para o Espírito Santo.

Pastor Philip D. Walmer