Realize Seus Sonhos
É na história de José que notamos com maior nitidez como é importante ter sonhos. Lendo Gênesis 37, vemos como eles tiveram um papel importante na vida daquele homem.
“Teve José um sonho” (v.5),
“E com isso tanto mais o odiavam, por causa dos seus sonhos” (v.8).
“Teve ainda outro sonho” (v. 9).
“Repreendeu-o o pai e lhe disse: Que sonho é esse que tiveste? (v. 10).
“Vem lá o sonhador!” (v.19).
José tivera esses sonhos dormindo. Mas eles foram tão nítidos, tão fortes, que acabaram-se tornando seu grande anseio, a mola propulsora de sua existência quando acordado. Basicamente era o sonho de que Deus o abençoaria, de que ele o colocaria em posição de liderança e de autoridade. E embora o sonho parecesse completamente fora da realidade, ele nunca o esqueceu, nunca duvidou dele e nunca o abandonou. E mesmo nos momentos em que poderia parecer que sua realização se tornara impossível, por causa de inimigos inescrupulosos, de companheiros ingratos, de humilhações e sofrimentos imerecidos, José sentia-se inspirado pelo sonho, que constituía para ele uma meta santa e elevada. Aquele ideal lhe dava forças para prosseguir em direção ao alvo, comunicando-lhe a firme certeza de que Deus estava com ele e de alguma forma já estava operando no sentido de realizá-lo.
• Muitos de nossos sonhos, aspirações e visões provêm de Deus e constituem a forma pela qual ele se comunica conosco. Seu objetivo é desenvolver e utilizar nossa individualidade e habilidades peculiares para a realização de seus propósitos.
• Mas nós podemos macular esses sonhos com nosso orgulho, egoísmo, imaturidade e pecados. Por isso é necessário que eles sejam provados, purificados e refinados; é preciso que amadureçam e por vezes que sejam reformulados.
• Ademais, pelo fato de vivermos em um mundo perdido, imperfeito, muitas vezes esses sonhos malogram, frustram-se e nunca chegam a realizar-se. Isso pode ser causado pelos nossos próprios pecados e por decisões erradas que tomamos, ou pelos pecados e decisões de outras circunstâncias que escapam ao nosso controle ou ainda pela conjunção dos dois fatores.
• Mas Deus quer que mantenhamos nossos sonhos. Ele opera em nós, com seu amor para apurar os sonhos que se acham fora da realidade, restaurar os que se frustraram, realizar os que ainda não foram realizados, reformular os sonhos desfeitos.
E seu objetivo nisso é realizar seus desígnios e nossos sonhos. Creio que, devido às circunstâncias práticas da história de José, vemos nela esses princípios básicos de forma clara como em qualquer outro texto das Escrituras sobre o assunto. Ao mesmo tempo sua vida é uma ilustração deles. Como dizem os "quakers", "ela fala à nossa condição de seres humanos."
Com a história de José aprendemos que, para nossos sonhos se tornarem realidade, precisamos ter uma visão total. Mas para isso é preciso que cultivemos certas qualidades do espírito.
• Um espírito realista.
• Um espírito de perdão.
• Um espírito confiante.
Quero sugerir ao leitor que leia Romanos 8:28-34. Pegue uma caneta e sublinhe os onze verbos principais desse texto, os que indicam uma ação de Deus para conosco. São eles: cooperam (v.28); conheceu e predestinou (v. 29); chamou, justificou e glorificou (v. 30); não poupou mas entregou (v. 32); morreu, ressuscitou e intercede (v. 34).
Agora leiamos os versos 35 a 39, sublinhando os dezessete substantivos do texto, os males mais apavorantes que podem sobrevir-nos. São eles: tribulação, angústia, perseguição, fome, nudez, perigo, espada (v. 35); morte, vida, anjos, principados, cousas do presente, do porvir, poderes (v. 38); altura, profundidade, qualquer outra criatura (v.39).
Observemos que esses dezessete substantivos mortais não podem nos privar do poder dos onze verbos relacionados com Deus. Aliás o décimo-sétimo termo abrange tudo: "nem qualquer outra criatura" (coisa criada). Portanto, não existe nada que possa "separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor" (v. 39).
Philip D. Walmer