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Por Favor, As Horas

            Quem usa relógio de pulso está acostumado ser indagado acerca das horas enquanto anda pelas ruas. A pergunta é: "Que horas são?" e frequentemente, sem mudar o passo por medo de assalto, a gente responde. As horas do dia são, vez por outra, muito importante para o transeunte da rua. Existe o medo de atrasar para algum compromisso importante, e perder um encontrar singular.

            Por falar em singular, há um evento que há de acontecer que é singular e muito importante. O evento, a qual todos os seres humanos serão obrigados comparecer, mais tarde ou mais cedo, será o mais importante da existência humana. O problema é que ninguém sabe a hora, portanto é importante estar em prontidão constante, pois a chamada pode acontecer a qualquer hora. O evento? Sua morte. Ou, pode ser a volta do Senhor para receber sua igreja.

            Era um dia de verão, ensolarado e quente, mas o gafanhoto estava no meio do capim alto onde existe sombra e menos calor. Ele comia e cantava alegremente com a fartura que encontrou no seu canto do campo. Aí avistou uma formiga que lutava para arrastar um vegetal bem maior do que ela para seu ninho. "Pare ai, amigo," implorou o gafanhoto. "Você está se esforçando demais neste calor. Não é necessário trabalhar tanto. Por que todo este esforço? Pode ver que tem bastante para comer aqui em volta. Vem, senta aqui, descansa deste trabalho árduo." "Ah, meu amigo gafanhoto," disse a formiga, "eu sei, mas o inverno vem logo ali e nesta estação de frio tudo isto morrerá e não haverá mais nada para comer a não ser o que estamos estocando em nosso ninho." "Formiga," gozou o gafanhoto, "você não tem jeito. Você é um tolo sem arrumação. Verá que todo este esforço será em vão." Mas, o inverno veio. As formigas comiam bem, descansavam e sobreviviam enquanto o gafanhoto morreu de fome e frio no rigor do inverno por não ter se preparado.

            Parece que há um pressentimento no mundo que tudo não está bem, que há de vir algo estranho e devastador. As proferidas profecias bíblicas estão se cumprindo com o aparecimento de terremotos em número sem precedente, enchentes devastadoras, e ao mesmo tempo em outras partes secas e fome na mesma medida. Mas enquanto o medo sombrio predomina, o mundo continua seu passo de vida, como não haveria um amanhã, um dia de prestação de contas e juízo final.

            Mas, há outros um pouco mais percebidos que perguntam: "Guarda, a que hora estamos da noite? Guarda, a que horas?" (Isaías 21:11) O que assusta, não é que o mundo não percebe as horas, mas que muitos que alegam ser seguidores de Cristo vivem no materialismo, no desperdiço do seu tempo em frivolidades, gastam dinheiro e tempo em divertimentos e prazeres, que em vez de acrescentar algo a vida espiritual, sugam as forças de espiritualidade. Parece que em vez trazer o mundano para a igreja e a salvação, que a igreja está se deixando ser arrastada para o mundo de perdição. Talvez seja um pouco ingênuo dizer, mas em muitos casos parece que a igreja tem se tornado apenas outra opção de entretenimento em vez de lugar onde o poder de Deus opera para libertar almas das garras do diabo e o mundo.

            Não há dúvida que a igreja e o mundo vivem seus últimos dias, pois todos os sinais dos tempos apontam para esta realidade. Um destes sinais é justamente o que a Bíblia profetizou que os homens diriam: "Onde está a promessa da sua vinda? Porque, desde que os pais dormiram, todas as coisas permanecem como desde o princípio da criação." (II Pedro 3:4)

            O mundo que usar esta desculpa para continuar nos seus deleites e prazeres, em vez de pensar que Deus está apenas dando mais tempo para o mundo se arrepender e se preparar para o grande e terrível dia do Senhor. Veja só a continuação da passagem bíblica acima: "... não retarda o Senhor a sua promessa, como alguns a julgam demorada; pelo contrário, ele é longânimo para convosco, não querendo que nenhum pereça, senão que todos cheguem ao arrependimento." (II Pedro 3:9)

            Apesar de estar muito longe da primeira e bem mais longe ainda da segunda vinda do Senhor, Davi andava preocupado com seu destino e a brevidade da vida. "Dá-me a conhecer, Senhor, o meu fim e a soma dos meus dias, para que eu reconheça a minha fragilidade." (Salmos 39:4) Você, meu amigo, tem uma certidão de garantia de viver um predeterminado número de anos? Ah, pensam alguns, como seria bom saber por quanto tempo a gente viveria, ou a data exata da vinda do Senhor. Mas, analisa a questão. Você acha que Deus há de querer uma vida que viveu na podridão de pecado por toda a sua vida, e bem antes da hora de morrer se entregar para a salvação? Que lucro teria o Senhor com isso? Que vantagem seria para Ele? E que vantagem teria para você se unir com Deus; um Deus que nunca amou, que nunca serviu, um Deus cuja salvação nunca conheceu e na qual tinha o privilégio de crescer e se desenvolver.

            Imagine um homem dizendo para uma moça: "Gosto muito de você, mas não quero casar com você agora. Vou viver a minha vida como eu quero e depois vou casar com você. E aí ele vai para viver na devassidão, na prostituição, nos prazeres e finalmente quase no final da vida ele entra em contato com a mulher, já idosa, para dizer: "Agora estou pronto para casar com você." Mas o corpo dele está cheio de doenças, ou quem sabe já está prestes morrer e pagar o preço dos anos de uma vida devassa. Acha que aquela mulher quererá casar com o trapo de vida que resta? Sei o que é sua resposta. Como então é que alguns acreditam que podem tratar Deus desta forma, dando-Lhe apenas os trapos da vida, e que Deus lhe dará o mesmo galardão dos que serviram a Ele a vida toda? "É necessário que façamos as obras daquele que me enviou, enquanto é dia; a noite vem, quando ninguém pode trabalhar." (João 9:4)

            Sentado no meu escritório neste domingo escrevendo estas palavras, uma enchente de memórias, como tsunami, inunda a minha mente dos milhares de cultos que fiquei nos púlpitos das igrejas que pastoreei, ao longo destes cinqüenta anos de ministério, pregando e implorando para as pessoas se entregaram a Deus antes que seja tarde. No entanto, não havia poucas vezes que fui obrigado realizar um culto fúnebre por alguns que esperavam demais para fazer sua decisão.

            Encerro este artigo com um profundo desejo que você não seja um daqueles que espera demais. Que horas são? Não sei, nem para mim, nem para você! Mas uma coisa eu faço: Procuro viver e servir a Deus todos os dias para que eu esteja pronto na hora que Ele me chamar. Vivemos nas trevas deste mundo. É difícil determinar as horas no meio desta escuridão de pecado, mas sua vida está nas mãos de Deus, terá luz no seu caminho e não necessita tropeçar e perder o evento mais importante da sua vida.

Philip D. Walmer